A cidade que tem a maior população de afrodescendentes fora da África será durante quatro dias o centro das atenções dos debates mundiais acerca de políticas de combate ao racismo, à xenofobia e à discriminação e à intolerância raciais. Salvador recebe a partir do próximo dia 16 de novembro chefes de Estado, gestores públicos, representantes de organizações da sociedade civil, artistas e pesquisadores envolvidos com a questão racial para participar do Encontro Ibero-americano dos Povos Afrodescendentes (Afro XXI). Além da presidente Dilma Rousseff, são esperados outros 11 chefes de Estado.
A programação começa com o fórum de entidades da sociedade civil, que tem o objetivo de formular propostas a serem submetidas aos chefes de Estado, que se reúnem no fechamento do evento, dia 19. Dias 17 e 18, os debates serão conduzidos por especialistas com a participação de representantes governamentais e de entidades ligadas a cada tema. Entre os assuntos em destaque estão “Racismo e representação midiática”, “Marcos legais antirracistas e acesso à Justiça” e “Censos e estatísticas das desigualdades raciais: da constatação às políticas públicas”.
Para o secretário de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Elias Sampaio, “o povo de Salvador, que tradicionalmente se identifica como afrodescendente e tem um sentimento de pertencimento a essa esfera cultural terá agora mais um motivo para fortalecer ainda mais esse reconhecimento”. Ele acredita que uma das propostas a serem aprovadas no encontro é a de transformar Salvador na “capital afrodescendente das Américas”. “Essa definição poderá dar ainda mais força ao trabalho transversal de combate ao racismo e de promoção da igualdade no nosso estado”
Além da presença de especialistas e representantes de organismos e governos de diversos países, Salvador será também agraciada com uma ampla programação cultural. Os palcos do Pelourinho abrigarão um festival de música afrodescendente paralelo ao evento. Atrações de vários países que juntarão com artistas locais para traçar um panorama da música afro no mundo. Os eventos serão abertos ao público e gratuitos. A única exceção será o show que Gilberto Gil fará junto com a cantora e ministra da Cultura do Peru Susana Baca para os chefes de Estado que se reunirão no último dia do encontro.
Fonte: SEPPIR