Introdução
O artigo inicia-se a partir do conceito de cultura no sentido geral, antropológico. Entre os tantos termos que são utilizados para definição de cultura. Neste artigo, cultura será analisada por meio dos próprios atores que a promovem, nas esferas sociais e políticas.
Além disso, por ser o samba rock uma manifestação cultural contemporânea e em avanço, foi analisado o conceito de que para uma cultura em observação, as variáveis são muitas e estão em pleno acontecimento, construção e evolução.
A intenção foi também destacar o samba rock, inserido na própria cultura negra, em sua resistência e articulação para outras frentes.
Uma vez entendendo de onde partiremos, na sequência, o intuito é falar sobre os grandes bailes blacks da década de 1970, e traçar um breve histórico através das décadas, com a intenção de apresentar como o gênero mudou no decorrer do tempo, até 2016, ano em que o samba rock foi registrado como patrimônio cultural imaterial da cidade de São Paulo.
Foram realizadas entrevistas com Mara Show e Marco Mattoli, que fazem parte do movimento samba rock e viram esta evolução do gênero de perto.
O conhecimento empírico também é fundamental, uma vez que muito do que será descrito neste artigo terá base a partir da própria experiência da autora, da observação nos bailes blacks, nos quais frequenta desde a década de 1990, além de festas de família e bailes nostalgia. Para a escrita, realizou entrevistas com agentes que estiveram presentes nos bailes e que estão dentro da cultura samba rock. Por ser uma manifestação artística contemporânea e em plena evolução, o empirismo precisa ser considerado também dentro da aplicação do sentido de cultura simbólica.
Além disso, o artigo é um mergulho profundo na pesquisa da cultura samba rock para a autora, pois estando no dia a dia da produção cultural, percebeu o quanto são necessárias mais fontes de pesquisa sobre o tema, além da riqueza desta cultura, que se mistura à própria cidade de São Paulo.