No dia 16 de julho, em Florianópolis, aconteceu a primeira Marcha da Negritude Catarinense. Mesmo com a chuva e o frio, os diversos militantes de coletivos e movimentos negros de Santa Catarina não desanimaram e seguiram com a programação.
Por Felipe Cardoso dos Santos Enviado para o Portal Geledés
Passando pelas ruas do centro da capital do estado, entoaram cânticos, exigiram direitos e também homenagearam referências negras, como o famoso escritor catarinense Cruz e Souza e a gaúcha Luiza Helena Bairros, ex-ministra da Igualdade Racial, falecida no dia 12 de julho.
O fim do genocídio da população negra, mais políticas públicas para a promoção e justiça racial, o fim da intolerância religiosa e de todas as negligências e ataques do Estado à negritude estiveram presentes nas reivindicações dos negros e negras.
A ideia da marcha surgiu pela invisibilidade da população negra no estado catarinense que além da falta de reconhecimento histórico, também dificultava a unidade e o diálogo da população negra, deixando-os isolados. Dessa problemática surgiu o tema para o evento: Existimos e Resistimos. Para afirmar e deixar marcado que a população negra se faz presente em Santa Catarina e quer ter sua história reconhecida e incluída em todos os setores: político, econômico, cultural, educacional e social.
Entre lágrimas e discursos contundentes, negros e negras ocuparam as ruas, com seus punhos cerrados, mostrando respeito e valorização a sua ancestralidade e toda a sua disposição para a luta.
Um dos grandes destaques da Marcha, foi a participação e envolvimento das mulheres negras desde a organização e coordenação para que o evento acontecesse até ao grande número presente no ato.
Mães de família, trabalhadoras, empenharam-se para fazer o evento acontecer. Destaque para as militantes Jeruse Romão, Taty Américo, Cláudia Prado da Rosa e Liliane Santos, residentes na cidade de Florianópolis, ficaram responsáveis por todo o processo burocrático, logístico e financeiro, administrando todos os detalhes para a Marcha ser realizada.
Um grande passo para a negritude catarinense presente em um estado que insiste em esconder suas raízes africanas e afro-brasileiras.
Confira o vídeo do Canal de Notícias Maruim:
Confira a galeria de fotos do evento na página da Marcha da Negritude Catarinense no Facebook:
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