No momento em que tanto se clama pelo retorno da prosperidade econômica no Brasil, se faz oportuno perguntar: que modelo de desenvolvimento desejamos para o país? O modelo padrão do Século 20, que nos colocou como umas das maiores economias do mundo e também uma das mais desiguais, onde todos os indicadores apontavam para as brutais diferenças salariais entre negros e brancos, produzindo um verdadeiro apartheid social? Ou um modelo de crescimento econômico que incluísse os grupos historicamente excluídos?
Por Maurício Pestana via Guest Post para o Portal Geledés
Pensando nisso, há pouco mais de um ano, iniciávamos o projeto São Paulo Diverso – Fórum de Desenvolvimento Econômico Inclusivo que nasceu com o propósito de ser um espaço de troca de experiências entre o setor privado e o setor público, tendo como foco a promoção da igualdade racial no mercado de trabalho formal.
A primeira edição, fruto da parceria entre a prefeitura de São Paulo e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, superou todas as expectativas. Foram mais de 130 empresas e dezenas de instituições, reunidas para debater políticas e ações afirmativas voltadas para a inclusão racial, tornando-se um dos maiores eventos já realizado sobre o tema.
Várias iniciativas se fortaleceram após esse encontro: desde programas de Ações Afirmativas nas grandes corporações às medidas instituídas pelo setor público que, até então, não eram tão conhecidas, como a Lei nº 15.939/13, que destina 20% das vagas nos concursos públicos da prefeitura paulistana para afrodescendentes. O portal www.saopaulodiverso.org.br, que já conta com mais de 300 mil acessos também é um exemplo, assim como o comitê de empresas coordenado pela SMPIR, que se consolidou como um fórum permanente pela promoção da igualdade racial em nossa cidade.
A segunda edição do evento acontecerá no próximo 05 de novembro, no auditório Elis Regina-Anhembi. E a confirmação de grandes representantes das instituições privadas e públicas, como o prefeito Fernando Haddad, é prova de que o tema de igualdade racial definitivamente entrou para agenda econômica do século 21.