Sem Bolt, Gatlin e Gay são os astros dos 100 m em Paris

Com derrota de Bolt para Blake nas seletivas dos 100 m e 200 m na Jamaica, provas deverão ser mais equilibradas na Olimpíada de Londres, onde estarão ainda Gatlin, Gay e Powell

Justin Gatlin e Tyson Gay, dos Estados Unidos, serão o destaque dos 100 m desta sexta-feira (6), na etapa de Paris da Liga de Diamante da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), seguindo a preparação para a Olimpíada de Londres. O jamaicano Usain Bolt, campeão olímpico e recordista mundial dos 100 m e dos 200 m (9s58 e 19s19 no Mundial de Berlim 2009) não irá participar da prova – estaria lesionado e não poderia participar mesmo da etapa de Mônaco, no dia 20.

Nas seletivas norte-americanas para formação da equipe olímpica de atletismo, Gatlin bateu Gay e, assim, toda a expectativa é pelo novo duelo.

Em Paris, Tyson Gay – duas vezes campeão mundial dos 100 m – comentou que depois de Bolt ter sido batido nas seletivas da Jamaica por Yohan Blake, nos 100 m e nos 200 m, parece que haverá chances de vitória de outros velocistas em Londres.

Melhor do ano: Blake

Na semana passada, Blake fez o melhor tempo do mundo no ano: 9s75. Bolt foi segundo na prova, pelas seletivas de seu país, com 9s86.

– Acho que agora podemos dizer que todos estamos no mesmo patamar. Cada um está correndo quase no mesmo tempo. Yohan está ligeiramente melhor que o resto do grupo, mas ainda assim acho que estamos bem equilibrados.

Blake foi o campeão dos 100 m no Mundial de Daegu 2011, na Coreia do Sul, depois de Bolt ter sido desqualificado por queimar a largada (agora, não há uma segunda oportunidade – por regra, é “tolerância zero”). Bolt conseguiu se tornar bicampeão nos 200 m.

– Ele [Bolt] tem suas derrotas, mas mostra que consegue retomar resultados. Como no ano passado, quando lutou para voltar à pista e ganhar os 200 m. Para mim, talvez Yohan esteja em sua melhor forma, na vida. Para conseguir bater Bolt e outros grandes só mostra o quanto está trabalhando sério.

Um punhado de grandes

Ainda nos Estados Unidos, Tyson Gay sempre é mais discreto em comentários e previsões. Mas ele, Bolt, Gatlin, Blake e Asafa Powell, também jamaicano, são aqueles que irão brigar pela vitória nos 100 m de Londres, apesar da série de lesões que todos enfrentam.

Gay mesmo vem de lesões na virilha e em ligamentos, e ainda de uma cirurgia no quadril. Fora das competições quase um ano, voltou com tudo – só perdeu de Gatlin, nas seletivas norte-americanas para os 100 m.

– Mentalmente estou realmente forte. E sigo lutando.

Gay apareceu em 2007, quando foi ouro nos 100 m, 200 m e 4x100m do Mundial de Osaka. Enquanto isso, Bolt estava ganhando uma aposta com o técnico de que se daria melhor nos 100 m do que nos 400 m. E então as provas de velocidade ganhariam outro nível.

O fora de série Bolt arrasa em Pequim

Bolt foi campeão mundial juvenil dos 200 m e depois varreu os recordes mundiais nos 100 m e 200 m com performances assustadoras na Olimpíada de Pequim 2008 (Gay sentiu uma lesão em ligamentos nas semifinais dos 100 m e nem foi para os 200 m). O jamaicano, recordista mundial nas duas provas e ainda no 4×100 m, seguiu brilhando em 2009, quando deixou Gay para trás no Mundial de Berlim.

– Então, era como se eu nem existisse, até vencer o recordista mundial [o que conseguiu em 2010, na etapa de Estocolmo da Liga de Diamante].

Depois disso, os dois não voltaram a se enfrentar. E Gay seguiu enfrentando lesões.

– Ainda espero uma hora em que não esteja sentindo dor nenhuma.

Ao menos enfrentar Bolt já não é tão assustador; e vencer, não tanto uma obsessão.

– Minha mente era mais “imatura”. Só pensava no recorde. E meu corpo não estava preparado para enfrentar essa batalha.

 

Fonte: R7

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