Seppir articula discussão sobre racismo e sustentabilidade na Rio + 20

Como o racismo prejudica a realização do conceito básico de sustentabilidade, nos níveis social, econômico e ambiental? É possível efetivar uma política de desenvolvimento sustentável conjugada com a manutenção de situações de injustiça social e nãoinclusão para uma população que, segundo os dados do último Censo /IBGE (2010), se declara majoritariamente afrodescendente? Como os aspectos centrais da questão racial na sociedade brasileira impactam o grande desafio da sustentabilidade socioeconômica no século XXI?

Estes são alguns dos questionamentos que serão trabalhados no diálogo “Questão Racial e Desenvolvimento Sustentável”, que é parte da programação da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio + 20. A secretária Ângela Nascimento, titular da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, será a representante da Seppir – Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no debate.

Um dos resultados esperados da Rio + 20 no âmbito da discussão das questões raciais é a consolidação de um projeto de desenvolvimento sustentável em nível nacional e internacional que contemple a realidade às vezes não percebida das atuais relações de produção econômica: segmentos sociais diversos experimentam de forma diferenciada os impactos do desenvolvimento.

“Ao dizer isso, estamos afirmando aos chefes de Estado do Brasil e do Mundo e às instituições públicas e privadas que a dimensão ambiental do desenvolvimento socioeconômico demanda necessariamente uma política de valorização da população negra, em vez da desqualificação ou desautorização de modos de vida, e que é necessário avaliar a natureza exploratória e predatória de grande parte das atividades econômicas que propiciaram o crescimento econômico mundial nos últimos séculos”, destaca a secretária Ângela Nascimento.

Problema internacional – É fato comprovado que, na contemporaneidade, a realidade socioeconômica de diversos países segue altamente influenciada pela reprodução de padrões históricos de desigualdade, entre as quais, as desigualdades raciais. Como de costume, é a população negra aquela que mais experimenta essa realidade de exploração, que perpetua situações de pobreza, carência e condições inadequadas de convívio social em vários aspectos.

“Desde a Conferência de Durban (2001) que se destacou, no plano de ação resultante do evento, a necessidade de os Estados considerarem medidas não-discriminatórias para oferecer um ambiente seguro aos indivíduos e membros de grupos que são vítimas ou estão sujeitos à discriminação racial e intolerância advinda disso”, destaca a secretária Ângela.

Entre outros itens citados no Plano de Ação da Conferência de Durban (como ficou conhecida a III Conferência Mundial contra o Racismo, a Xenofobia, a Discriminação Racial e Intolerância Racial), estão a necessidade de melhorar o acesso à informação pública sobre saúde e questões ambientais e que tecnologias e práticas bem-sucedidas na melhoria da saúde humana e do meio ambiente sejam partilhadas.

A secretária Ângela Nascimento destaca um dos principais objetivos das discussões das questões raciais na Rio + 20, que é a instituição, pela Organização das Nações Unidas (ONU), da Década dos Afrodescendentes (2013/2022), na perspectiva de avanço nas políticas de desenvolvimento sustentável e sem racismo. “Estaremos na Rio + 20 reafirmando essas ideias e ampliando o debate”, afirma.

SERVIÇO – SEPPIR / RIO + 20

Diálogo “Questão Racial e Desenvolvimento Sustentável”

Local: Pavilhão Brasil Parque dos Atletas (Riocentro)

Horário: 17h às 19h

Coordenação de Comunicação

 

 

 

Fonte: Abpn

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