Rio – A atriz e cantora Thalma de Freitas, 37 anos, foi parar na delegacia na noite desta sexta-feira. Sob a alegação de que estava em área de risco, ela foi levada por policiais militares do 23º BPM (Leblon) de um dos acessos ao Morro Chácara do Céu, perto do Hotel Sheraton, no Vidigal, para a 14ª DP (Leblon). Duas policiais civis da Delegacia de Atendimento Especial ao Turista (Deat) fizeram a revista íntima na atriz e nada encontraram.
“É a primeira vez que passo por essa humilhação. Não há outra coisa a fazer exceto processá-los por abuso de poder. Por que a loura que estava sendo revistada antes de mim não veio para cá? Será que artistas como eu e moradores do Vidigal, negros como eu, precisam passar por isso? Será que temos que ter medo da polícia? Porque estou aqui? Sou suspeita de quê? Gostaria que eles me explicassem”, perguntou a atriz, aos prantos.
Thalma revelou que os policiais verificaram o seu nariz com uma lanterna. Os cabos Menezes e Rodrigues confirmaram que revistaram a bolsa da atriz. “Colocaram os meus pertences em cima do capô da viatura. Como não encontraram nada, me disseram que eu era suspeita e tinha que ir até a delegacia com eles. Colaborei com eles em tudo. Perdi horas na delegacia”, disse ela, que passou quatro horas na 14ª DP.
A empresária e amiga Paula Lavigne esteve na delegacia. “Ela é uma pessoa tranquila. Da paz, mesmo. Acho que os policiais exageraram e precisam ser responsabilizados”, disse. Um advogado do escritório de Arthur Lavigne orientou a atriz durante o depoimento. Já os policiais militares que abordaram a Thalma disseram que o procedimento foi normal. “Não temos policiais militares femininas no batalhão, por isso a conduzimos à delegacia. Nós sabemos fazer abordagens e a área onde a encontramos é considerada de risco, por isso viemos até a DP para garantir a integridade física da atriz”, disse o cabo Menezes.
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