Servidores participam de oficina de enfrentamento ao racismo institucional

Combater o racismo institucional como forma de reduzir o preconceito dentro das instituições públicas. Esse é o objetivo da oficina “Identificação e Abordagem ao Racismo Institucional”, que começou nesta quarta-feira (5), na Casa dos Direitos, na Ilha de Santa Maria. A iniciativa faz parte das ações do Plano Juventude Viva, que visa reduzir o índice de homicídios de jovens – especialmente de negros.

Do: vitoria

A oficina segue até esta quinta (6) e reúne cerca de 40 servidores da Prefeitura que atuam diretamente no atendimento ao cidadão. Entre as secretarias representadas, estão Educação (Seme), Cidadania e Direitos Humanos (Semcid), Assistência Social (Semas), Gestão Estratética (Seges), Segurança Urbana (Semsu) e Saúde (Semus).

O coordenador nacional do Plano Juventude Viva, Felipe Freitas, destaca a importância da formação. “Essa capacitação visa contribuir para que o servidor identifique como são realizados o atendimento e a  abordagem ao cidadão negro e, havendo essas manifestações de racismo institucional, elabore o seu próprio plano de ação para a construção de padrões de tratamentos que garantam um atendimento igualitário dentro das instituições públicas”, explicou.

Monitoramento

Felipe ressaltou ainda que o monitoramento das ações será feito pelo comitê gestor local e que, nos próximos meses, a coordenação nacional do Plano Juventude Viva voltará ao Estado para verificar os resultados. “Esse trabalho é realizado em todos os municípios considerados prioritários e que já aderiram ao Plano. Num prazo de seis a 12 meses, voltaremos para acompanhar os resultados desta e de outras ações previstas no plano municipal”, revelou.

A gerente de Mobilização Social e Institucional da Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid), Raiana Rangel, destaca a importância de discutir o racismo na administração municipal. “Essa oficina é fundamental para o fortalecimento da rede assistencial do município e o enfrentamento ao racismo institucional. Os representantes de cada secretaria serão multiplicadores nas instituições onde atuam, de modo a identificar, abordar o racismo institucional e promover a igualdade racial, contribuindo para a construção de uma cidade mais cidadã, justa e igualitária”, disse.

A oficina é uma iniciativa da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir/PR) em parceria com o Fundo para as Populações das Nações Unidas (UNFPA/ONU) e a Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid).

Eixos

O lançamento do Plano Juventude Viva em Vitória aconteceu no dia 23 de setembro, no Museu Capixaba do Negro (Mucane). Na ocasião, foram apresentados os quatro eixos do projeto federal, que são “Desconstrução da violência”, “Inclusão, emancipação e garantia de direitos”; “Transformação de territórios” e “Aperfeiçoamento institucional”.

A oficina “Identificação e Abordagem ao Racismo Institucional” integra o eixo “Aperfeiçoamento Institucional”, que parte do pressuposto de que é necessário enfrentar o racismo nas instituições que se relacionam com os jovens, como a escola, o sistema de saúde, a polícia, o sistema penitenciário, a Justiça, entre outros.

No Brasil, jovens negros entre 15 e 29 anos de periferias e regiões metropolitanas urbanas são as principais vítimas de homicídios. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais da metade (53,3%) dos 49.932 mortos por homicídios em 2010 eram jovens, dos quais 76,6%, negros (pretos e pardos) e 91,3%, do sexo masculino.

 

 

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