I shot myself – autorretratos de garotas comuns

O projeto I shot myself é um fórum público de auto-expressão através do retrato nu. Ao remover o fotógrafo e estúdio do processo, as colaboradoras são capazes de criar a sua própria experiência e explorar o meio em seu próprio tempo e espaço. Resulta em imagens de liberdade que são muito mais íntimas, expressivas e sinceras do que qualquer fotógrafo pode criar no comprimento do braço. Nem todo retrato é genial, mas cada imagem é única e pessoal, revelando muito mais do que o corpo de uma mulher: é a diversidade de imaginação que faz com que cada imagem verdadeiramente original.

O que inspira as mulheres a apresentarem suas fotos nuas online? A resposta é simples, segundo os mentores do projeto – controle. A capacidade de se mostrarem em seus termos, como elas gostariam de ser vistas, livres do ponto de vista e da distorção de alguém, sem a higienização do Photoshop. Para algumas colaboradoras, essa é uma exposição de pura arte. Para outras, é um gesto rebelde, expressão erótica, o desejo de ser desejada ou um processo catártico. E para todas, como dizem todos os dias, é só extremamente divertido. Em 8 anos, desde que começou a coletar ensaios, o site acumulou cerca de um milhão de imagens exclusivas de mais de 5 mil colaboradoras.

A proposta do I shot myself é quebrar paradigmas. Invocar a musa interior e usar a criatividade para transcender a banalidade clichê da pornografia, em imagens que não precisam ser explícitas e brutais. O que não significa que a garota precisa conter sua expressão sexual – de fato algumas das imagens mais belas e atraentes do site são incrivelmente cruas e fortes. A diferença está no contexto e nas intenções. E, para incentivar a criatividade desenfreada das meninas, o projeto oferece mensalmente um prêmio de US$ 500,00 para um colaboradora mês, que vem acompanhado de um certificado. O site também publica pequenos vídeos que contenham nudez, com liberdade total de formato.

Então, o que há no ishotmyself.com? Uma diversidade surpreendente de colaboradoras. Do Congo à Califórnia, de 18 a 70 anos (ou mais), estudantes de arte, advogadas, desempregadas, pilotas de avião. Fotógrafas profissionais e iniciantes. Elas se fotografam em casa, na natureza, e às vezes em atos de nudez bem pública. Ensaios em dueto, com o amigo ou parceiro (ou a parceira). Às vezes, o fundo é tão revelador quanto o sujeito – o pacote vazio debaixo da cama, os objetos pessoais variados e peças que compõem o seu ambiente. Beleza em todas as suas cores, sem discriminação. Corpos em perfeita forma ou que carregam as cicatrizes da vida. Chama atenção a criatividade infinita das garotas ao se clicar. E a autoestima ao se mostrarem, independente do seu aspecto físico.

Às pretensas colaboradoras, o site deixa o seguinte recado:

Não tenha vergonha de admitir que está aqui porque o autorretrato nu é incrivelmente sexy. Isso não diminui o seu mérito artístico ou valor cultural.

Fonte: DCM

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