Juanita Pimenta disse que atitude da Conmebol em punir Real Garcilaso por atitudes racistas de seus torcedores em apenas R$ 27,8 mil foi só ‘simbólica’
BRUNO TRINDADE/FREDERICO RIBEIRO
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O Real Garcilaso terá de desembolsar apenas R$ 30 mil (12 mil dólares) para se ver livre de qualquer preocupação no caso de racismo protagonizado pela sua torcida contra o volante Tinga, do Cruzeiro, em fevereiro. A multa sancionada pelo Tribunal de Disciplina da Conmebol, na segunda-feira, foi fortemente criticada pela Subsecretária de direitos humanos do Governo de Minas, Maria Juanita Pimenta, que considerou o valor baixo e apenas ‘simbólico’.
“A gente entende que a multa da Conmebol foi somente simbólica, considerando outros tipos de multas para questões futebolísticas. Acho que esse valor, que é muito baixo, entra na questão de tentativa de educação e para dar uma resposta para a sociedade. Esperávamos outro tipo de punição”, afirmou Juanita, ao Super FC.
A Conmebol deu nova prova de que pouca coisa mudou dentro da instituição, na hora de coibir atitudes lamentáveis envolvendo uma competição por ela organizada. Nem a criação de um Tribunal especial para julgar casos como o comportamento dos peruanos se mostra diferenciado do passado.
A pena branda foi considerada lamentável pela Subsecretaria de direitos humanos. Juanita Pimenta explicou que a Conmebol deixa de dar um exemplo para que novos atos racistas sejam coibidos. “O Governo de Minas entende que a atitude da Conmebol deveria ser outra. Lamentamos o fato (da punição branda) e ficamos indgnados com a forma como o assunto foi tratado pela entidade”.
Vale lembrar que a multa dada ao Real Garcilsado é tão fora do debate sobre racismo no esporte que a mesma Conmebol aplicou pena maior para um atraso de jogo protagonizado pelo Cerro Porteño em 2013. Os paraguaios pagaram 14 mil dólares (R$ 32,5 mil) pelo atraso de apenas três minutos.
“É preciso entender, infelizmente, que a questão do bolso ainda é gritante. Foi apenas um valor simbólico. Qualquer outra irregularidade caberia uma ação maior por parte deles (Conmebol). Estamos vendo casos de racismo acontecer de forma repetitiva no futebol”, disse a subsecretária.
Dentro do futebol nacional, o Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo aplicou multa ao Mogi Mirim por atitudes igualmente racistas de sua equipe diante do volante Arouca, do Santos, pelo campeonato paulista. Se foi diferente da Conmebol? Não muito. Apenas 50 mil reais de multa para o Mogi. Contudo, a interdição do estádio Romildo Ferreira continuará, mas o clube promete recorrer.
Fonte: O Tempo