Suzane: Graças ao ProUni, minha família não é mais humilhada

Suzane Pereira da Silva viu o seu destino mudar com as políticas de inclusão social que Lula e Dilma promoveram ao longo dos últimos 13 anos. Cursando medicina na faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, a jovem relata ao Portal Vermelho a importância dos programas estudantis que promoveram, muitas vezes, o ingresso de uma primeira geração ao ensino superior.

Por Laís Gouveia Do Vermelho

Suzane, que emocionou Dilma Rousseff em sua fala durante o encontro de educadores no Palácio do Planalto, relata uma história de dificuldades, em um país que tem em sua história a marca da segregação social: “Minha mãe estudou até a terceira série do antigo ensino primário. Ela sempre foi uma mulher digna e trabalhou muitos anos na limpeza de uma escola particular para conseguir colocar arroz com feijão na nossa mesa.

Lembro-me de uma vez em que ela me levou para a escola em que trabalhava, porque não tinha com quem me deixar. Nesse dia, eu comi uma maçã que estava na geladeira dessa escola e minha mãe foi muito humilhada por causa disso”.

“Sem o ProUni, talvez eu ainda visse minha família sendo humilhada dentro de uma escola particular. Quem sabe seria eu a atual funcionária da limpeza dessa escola? O que sei é que hoje eu estudo medicina numa faculdade particular graças ao ProUni. Hoje eu me sento ao lado dos estudantes da minha faculdade e sei que sou tão inteligente e competente quanto quem estudou a vida toda em escola particular”, relata.

A jovem diz que pretende utilizar sua formação no serviço público de saúde: “Hoje eu, mulher, negra, periférica, prounista, estudante de medicina, posso comer quantas maçãs eu quiser. Hoje me preparo para cuidar da minha mãe e das milhares de famílias que atenderei como médica no SUS. Mas ainda tenho sonhos para realizar.

E diante do golpe dado por corruptos contra os direitos arduamente conquistados pelo povo brasileiro, seguirei lutando para construir um país onde a educação, a saúde e a alimentação de qualidade sejam direitos de fato garantidos a todas as pessoas”, conclui.

Suzane ganhou as redes sociais quando postou uma foto com o cartaz, “A casa grande surta quando a senzala vira médica”. O post teve mais de 16 mil curtidas e quase 10 mil compartilhamentos.

Com a decisão do ministro interino da Educação, Mendonça Filho (DEM), em não abrir novas bolsas do ProUni e Fies, a universidade terá cada vez mais uma única cor e classe social.

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