O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) discursou hoje no Plenário da Câmara dos Deputados negando a existência do genocídio da população negra, em um discurso de conteúdo racista feito às vésperas do Dia da Consciência Negra. Silveira contestou os dados do Ipea, afirmando que ele teve o “prazer e o desprazer” de atuar em todas as favelas do Rio de Janeiro e que se mais negros morrem é porque “tem mais negros com armas, mais negros no crime e mais negros confrontando a polícia”.
Por Guilherme Mazieiro, do UOL
Silveira contestou os dados do Ipea, afirmando que ele teve o “prazer e o desprazer” de atuar em todas as favelas do Rio de Janeiro e que se mais negros morrem é porque “tem mais negros com armas, mais negros no crime e mais negros confrontando a polícia”.
O policial militar ficou conhecido após rasgar uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco (PSOL).
O deputado falava sobre uma placa que denunciava o genocídio negro no Brasil e havia sido rasgada pelo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP). Ele afirmou que gostaria de “apertar a mão” de Tadeu por ter rasgado a placa. Tadeu é coronel da Polícia Militar.
Entre 2017 e 2018, negros foram mais de 75% das vítimas de letalidade policial, segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança 2019.
Em seguida, ele leu alguns dados contidos na placa que provavam a morte de pessoas negras nas periferias do Brasil, para depois refutá-los. O deputado criticava a imagem ilustrativa de um homem negro algemado sendo executado por um policial militar.
“Não venha atribuir à Polícia Militar do Rio de Janeiro as mortes porque um negrozinho bandidinho tem que ser perdoado”, afirmou o deputado.
*Com reportagem de Guilherme Mazieiro, do UOL, em Brasília.