Teorias extremistas para ganhar votos na Europa

Algumas ideias de ‘monstro’ que matou 77 na Noruega têm eco em partidos europeus

POR JOÃO RICARDO GONÇALVES

Rejeição à liberdade religiosa, ao multiculturalismo e à perda de uma suposta identidade nacional. Todos esses conceitos estavam no manifesto colocado na Internet pelo assassino Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas no duplo atentado da Noruega. Com mais ou menos intensidade, eles também aparecem na cartilha de partidos políticos que ganham força em vários países europeus através das urnas.

Na Suécia, por exemplo, no fim do ano passado, o partido de extrema-direita ‘Democratas Suecos’, que tem como principal plataforma a rejeição de imigrantes, ganhou, de uma vez só, 20 dos 349 assentos no parlamento, mesmo quase sem campanha eleitoral. Movimentos com ideias parecidas às do partido também ganharam espaço recentemente na Finlândia, Bélgica, Bulgária, Áustria, Itália, Grécia, França e Eslováquia, entre outros países.

Logo após a tragédia na Noruega, ONGs que lutam contra o racismo e a xenofobia declararam que a responsabilidade desse acontecimento é das formações ultradireitistas. Segundo a associação SOS Racismo, o caso da Noruega mostrou “o verdadeiro rosto da extrema-direita”. O Movimento contra o Racismo e pela Amizade dos Povos expressou posição semelhante.

Professora de Relações Internacionais da ESPM-RJ e da UFF, Andrea Ribeiro lembra que a extrema-direita tem raízes no século 19 e que ficou mais reclusa da Segunda Guerra até os anos 90, quando voltou ao cenário político formal. “A extrema-direita ganhou força recentemente, com a crise econômica europeia e a ideia equivocada de que ela foi causada pelo crescimento da imigração”, explica.

Apoio explícito a autor de atentados

A prova de que o limite entre a violência de Breivik e a legitimidade dos partidos políticos de extrema-direita é tênue surgiu semana passada. O deputado italiano do Parlamento da União Europeia Mario Borghezio, aliado ao governo de seu país, afirmou que ideias de Breivik de combater imigração na Europa eram ótimas, apesar de repudiar a violência. Acabou suspenso pelo conselho federal da formação italiano.

Fonte: O Dia Online

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