Por Leno F. Silva
Neste último dia do feriadão, nada vi de Carnaval. Dos desfiles das Escolas de Samba de São Paulo e do Rio de Janeiro, mais as manifestações de Salvador e Olinda, observei apenas as manchetes dos jornais com as mesmas fotos de sempre: mulheres seminuas, multidões aglomeradas e as celebridades que “espontaneamente” circularam pelos camarotes das empresas que patrocinam essa farra brasileira.
Gosto dessa celebração nacional, mas estou mais para blocos de rua, pela alegria sincera e pela descontração, do que para os produtos que se transformaram as festividades pelo país afora. Na minha adolescência o grande barato era frequentar as matinês e, mais crescido, os bailes noturnos do Clube Atlético Ypiranga. Eu ficava contando os meses do ano para aproveitar, com a turma de amigos, as quatro noites de folia.
A cada edição o roteiro era mais ou menos o mesmo: ficávamos andando em círculo sem parar, com o salão lotado, cantando as marchinhas “Mamãe eu quero”, “Doutor eu não me engano, meu coração é corintiano”, “Eu você aí, me dá um dinheiro aí”, dentre tantos outros clássicos daquele tempo. Era uma alegria, pouco se consumia de bebidas alcóolicas e lá pelas quatro da matina todo mundo voltava para casa; uns de carro e muitos de ônibus.
Esta terça-feira gorda marcará o final da maratona. Amanhã, teremos o balanço do que de bom e de ruim aconteceu nesses dias. Para os que fugiram para a praia ou para o campo, o desafio será escolher o melhor momento para fugir dos congestionamentos das estradas, das rodoviárias e dos aeroportos. Milhões de pessoas se deslocaram para os diversos cantos do Brasil e tomara que tenham encontrando o que forem buscar e que voltem felizes e melhores para os seus lares.
Para os protagonistas do samba, quarta, em São Paulo e quinta, no Rio de Janeiro, serão dias de tensão com a contagem dos votos que elegerão as agremiações campeãs. Torço para que as apurações ocorram com tranquilidade, lisura e que as comunidades vencedoras comemorem com alegria. Do mais, em poucas horas tudo voltará ao normal. Numa semana curta, logo teremos um sábado e domingo para desfrutar, e a partir da próxima semana, arregaçar as mangas para pagar as contas de Momo e batalhar para garantir o peru de Natal. Afinal, o tempo voa. Por aqui, fico. Até a próxima.