Motivação do crime seria insatisfação de Jackson Lahr, de 24 anos, com fim de relacionamento.
Por Diego Iraheta, do HuffPost Brasil
Um triplo feminicídio. Três irmãs mortas.
Uma família despedaçada, uma criança órfã e uma cidade devastada.
No interior de Santa Catarina, a pequena Cunha Porã, colônia de imigrantes alemães de 11 mil habitantes, testemunhou nesta semana um dos crimes mais graves de sua História.
O principal suspeito é o agricultor Jackson Lahr, de 24 anos.
As vítimas foram a ex-namorada dele, Rafaela Horbach, de 15 anos, mãe de seu filho de dois meses, e as irmãs dela, Julyane Horbach, de 23, e Fabiane, de 12. Elas foram mortas a facadas.
Os assassinatos ocorreram na segunda-feira de Carnaval.
Além delas, o marido de Julyane, Gil Meyer, de 25, também foi atacado com faca por Jackson, mas conseguiu escapar.
O delegado de Maravilha (SC) Joel Specht explica a possível motivação do crime:
Ele alegou inconformismo com o término do relacionamento [com Rafaela]. Alegou que não estava tendo acesso para ver o filho. E também falou de uma suposta ação judicial que estaria prejudicando ele.Delegado Joel Specht, em entrevista à Rádio Líder FM
Jackson e Rafaela brigavam na Justiça porque ele não queria pagar pensão alimentícia ao filho e queria ter o direito de ver a criança.
O agricultor foi preso em flagrante e indiciado pelo triplo feminicídio e tentativa de homicídio qualificado.
Por cada um dos feminicídios, a pena varia de 12 a 30 anos de prisão.
No interrogatório da Polícia Civil de Santa Catarina, o suspeito disse que se lembra apenas de ter esfaqueado o cunhado e não as mulheres.
Em entrevista à rádio Líder FM, o pai delas, Neuri Horbach, atribuiu o crime à “ruindade” de Jackson. “Ele prometeu que ia matar ela e as outras também. Semana passada, fizeram boletim de ocorrência”, contou.
De acordo com o jornal Diário Catarinense, Rafaela havia registrado um BO contra o ex-namorado. Medidas protetivas para ela chegaram a ser adotadas, para que Jackson ficasse longe dela.
“Eu quero justiça”, disse Neuri Horbach no velório das filhas.
Ouça o delegado Joel Specht: