“Um ‘cidadão de bem’ armado me deixou paraplégica e matou meu namorado por ciúmes”

Elisandra Carolina dos Santos, 37 anos, foi atingida por um tiro quando tinha 17 anos, disparado por um ex-namorado. Ela, que não anda há 20 anos, teme que facilitar acesso às armas aumente feminicídios

Por Gil Alessi, Do El País 

Elisandra Carolina dos Santos, mulher parda de cabelo cacheado, sentada diante de uma mesa olhando para o lado. Á sua direita tem um bainner escrito "A vida das mulheres importa!".
Elisandra Carolina dos Santos durante palestra (Foto: CLARA CLOCK)

Elisandra Carolina dos Santos carrega no corpo e na alma as cicatrizes provocadas por um “cidadão de bem”. Era domingo, 23 de abril de 2000, 8 horas da manhã. Ela, então com 17 anos, dormia com o namorado na casa da família em Viamão, periferia de Porto Alegre, quando foi acordada por alguém batendo na porta. Ao se aproximar para abrir, previu o pior: “Pela silhueta na porta de vidro eu já percebi quem era”, conta. O ex-namorado J. A.*, 15, queria reatar o relacionamento, terminado semanas antes. “Levei ele para o quintal para conversar e falei pra ele começar vida nova e ir embora. Foi aí que ele tirou uma arma da mochila”, diz Elisandra.

A jovem se desespera, mas consegue convencer seu ex a partir. Assim que ele dá as costas ela corre para dentro de casa e tranca a porta. “Lembrei que a janela do quarto dos meus pais, que estavam viajando, tinha ficado aberta também e fui fechar”, diz. Enquanto puxava a veneziana, J.A. aparece do lado de fora e coloca o revólver em sua cabeça.

Marcelo, então namorado da jovem, acordou e foi ver o que estava acontecendo no quarto ao lado. Ao vê-lo, J.A. afirma: “Eu vou entrar aí dentro e vou matar vocês dois”. Elisandra se vira e corre em direção ao namorado. No entanto, conseguiu dar apenas alguns passos antes de ser alvejada: o tiro entrou pelo lado direito das costas, na base da coluna cervical, estraçalhou a vértebra T-2, e saiu pelo lado esquerdo do pescoço. “Quando eu dei as costas e corri ele mirou na minha cabeça e atirou. Perdi o movimento na hora. Ainda vi o Marcelo a menos de um metro de mim, mas não consegui falar nada. Quando caí eu fechei os olhos e não escutei mais nada”, lembra.

Leia a matéria completa em El País 

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