Pensar em direitos humanos na hora de traçar as estratégias de negócios não é apenas um passo rumo à agenda sustentável, mas também uma forma de acessar mercados e atrair investimentos. A conclusão é de dirigentes de grandes empresas que se reuniram neste mês (18), em São Paulo (SP), para o primeiro CEO Roundtable em Direitos Humanos realizado no Brasil. Encontro foi promovido pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU.
Pensar em direitos humanos na hora de traçar as estratégias de negócios não é apenas um passo rumo à agenda sustentável, mas também uma forma de acessar mercados e atrair investimentos. A conclusão é de dirigentes de grandes empresas que se reuniram neste mês (18), em São Paulo (SP), para o primeiro CEO Roundtable em Direitos Humanos realizado no Brasil. Encontro foi promovido pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU.
A mesa-redonda teve a participação de 15 presidentes de empresas e organizações, que debateram os desafios de criar uma estrutura de compliancealinhada aos direitos humanos. Em relatório da Conectas Direitos Humanos, mais da metade de 500 companhias consultadas (57,1%) afirma que regras internas de promoção dos direitos humanos não têm a aprovação do mais alto grau administrativo.
Segundo a presidente do Conselho Deliberativo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da B3, e vice-presidente da Rede Brasil, Sônia Favaretto, os investidores querem que os direitos humanos sejam incluídos nas empresas onde ainda não existem práticas para a área. De acordo com a Conectas, pouco mais da metade das companhias (52,5%) tem políticas institucionais sobre o tema.
Também presente no evento, Dante Pesce, presidente do grupo sobre Empresas e Direitos Humanos, da ONU, afirmou que os riscos de direitos humanos são riscos de investimentos. “Hoje esta relação é evidente e amplamente reconhecida pelo mercado financeiro”, enfatizou o especialista.
A presidente da Microsoft Brasil, Tania Cosentino, ressaltou que, para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) ganharem escala, é necessário entender e destacar a conexão entre sustentabilidade e desenvolvimento econômico.
“As empresas precisam fazer essa conexão, inclusive para a PMEs (pequenas e médias empresas). Muitas acreditam que direitos humanos e sustentabilidade são ‘coisas’ de empresa grande. Para dar escala, temos que simplificar e deixar esses conceitos mais tangíveis”, disse a CEO.
A presidente da Rede Brasil do Pacto Global, Denise Hills, destacou que mais de 90% das 169 metas delineadas pelos ODS estão relacionadas aos direitos humanos. A temática permanece relevante há 70 anos, quando foi promulgada a Declaração Universal de Direitos Humanos, e representa uma visão ambiciosa para um mundo de liberdade e dignidade para todos os indivíduos.
O CEO da Malwee, Guilherme Weege, acredita que as empresas têm mudado a sua relação com essa pauta. “Muitas empresas que lideram ações na área são aquelas que, no passado, tiveram problemas”, frisou Weege.
Entre as ações empresariais em defesa dos direitos humanos, o presidente do escritório Mattos Filho, José Carneiro Queiroz, mencionou o respeito do grupo às comunidades localizadas nas imediações de onde a empresa atua.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, chamou atenção para o papel que as organizações poderiam ter no engajamento da população. “Com base nos PIBs, as empresas são maiores que os países. Por isso, elas têm o potencial para educar e um poder de alcance que poderia ser muito efetivo”, disse o executivo.
Também estiveram presentes no CEO Roundtable Niky Fabiancic, coordenador-residente da ONU no Brasil e vice-presidente da Rede Brasil do Pacto Global, e os CEOs Andreia Dutra (Sodexo), Edmundo Lima (ABVTEX), Edneia Faoli (Foxtime), João Marques (EMDOC), Renato Boaventura (Rhodia), Ricardo Siqueira (PRME), Sandro Gonzalez (Transpes), Sergio Stelmach (JDS Internacional), Teresa Vernaglia (BRK Ambiental) e Fernando Pimentel (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).