Uma Seleção de negros e sem preconceito nos Jogos de Inverno de Sochi

Brasil leva a Sochi uma delegação em que, pela primeira vez, os negros são maioria. No total de 13 atletas, seis são brancos.

 

Na semana em que o volante Tinga, do Cruzeiro, foi alvo de provocações racistas no Peru, a delegação brasileira nos Jogos de Inverno de Sochi dá uma demonstração da pluralidade racial do País. Dos 13 atletas que estão na Rússia, sete são negros.

Em um país que não tem neve e em modalidades esportivas ainda consideradas por muitos elitista, o Brasil reuniu uma equipe em que a cor da pele é o que menos importa.

A postura do atleta influencia muito sobre como as pessoas vão nos ver. O nosso time tem uma postura boa, procuramos os integrar com as outras equipes. E, aqui, está aquele atleta que conquistou o seu espaço e todos se respeitam – disse a piloto do time feminino de duplas do bobsled, Fabiana Santos.

Fabiana lembrou que o fato de ser do Brasil também ajuda na comunicação. E ressaltou o carisma e mania do brasileiro em cumprimentar a todos, com o seu jeito expansivo.

Parceira de bobsled de Fabiana, Sally Mayara, logo descartou qualquer tipo de problema seja dentro da delegação ou fora dela em relação a cor da pele. E a loura fez questão de declara: “sou branca só por fora”.

Após ser ovacionada pelo público durante sua apresentação no esqui aéreo, na noite de sexta-feira, Josi Santos foi outra que não havia percebido a supremacia dos negros na Seleção dos Jogos de Inverno. E ressaltou que só há motivos para comemorar.

É um orgulho para a minha raça e é bom porque podemos mostrar as qualidades do negro. Mas isso não fazá diferença. O que faz a diferença é o calor do povo brasileiro – frisou Josi.

Josi foi a primeira atleta afrodescendente do mundo a participar da modalidade de esqui aéreo em uma edição dos Jogos de Inverno. E destacou que tanto em Sochi ou em sua vida nunca ter sido discriminada.

Para o chefe da missão brasileira em Sochi e presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), Stefano Arnhold, destacou que em Jogos Olímpicos não há espaço para o racismo. Lembrou que todos estão em busca da excelência, de resultados e que todo o resto é secundário.

– Mesmo no esqui alpino, o esporte mais elitista, nossos dois representantes são negros, a Maya (Harrisson) e o Jhonatan (Longhi).

 

 

Fonte: Notícias do Dia

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