União Europeia Intolerância, racismo e discriminação aumentaram em 2013

A intolerância e as violações dos direitos humanos aumentaram na União Europeia em 2013, sobretudo o racismo e a discriminação, um “problema grave” que os líderes europeus admitem mas continuam a não enfrentar, segundo a Human Rights Watch.

Por Lusa

No seu relatório anual, apresentado hoje em Berlim, a organização de defesa dos direitos humanos identifica como principais alvos da intolerância na Europa os ciganos, imigrantes e candidatos a asilo.

Sob a frase “UE: Muita conversa sobre direitos, poucos resultados”, a ONG critica num comunicado a incapacidade para ações conjuntas dos 28 perante tragédias como a morte de centenas de imigrantes ilegais junto das costas italianas.

“A prioridade deve ser salvar vidas e, depois, manter a fortaleza europeia”, disse Kenneth Ross, diretor executivo da ONG, numa conferência de imprensa hoje na capital alemã.

O relatório critica igualmente a UE pela incapacidade em travar as políticas seguidas na Hungria para “minar o Estado de Direito e os direitos humanos”, assim como “as abusivas expulsões” de ciganos em França.

Segundo o documento, ciganos, imigrantes e refugiados são especialmente “marginalizados” na Europa, mas os muçulmanos também são discriminados em muitas áreas, enfrentando por vezes problemas em exercer a liberdade de culto.

“O racismo e a homofobia continuam a ser problemas graves na UE, tendo dado origem a apelos do Parlamento Europeu e do Conselho da Europa para um esforço maior de combate às formas mais extremas de intolerância”, lê-se no documento.

A HRW reconhece os esforços das autoridades europeias para fixar regras comuns de asilo, mas sublinha que os refugiados continuam a deparar-se com legislação protecionista em muitos países da UE, uma realidade particularmente evidente no caso dos refugiados sírios.

“O respeito pelos direitos humanos mede-se em factos, não em palavras”, afirmou a investigadora sénior para a Europa e Ásia Central da HRW Judith Sunderland. “Pessoas vulgares, dos sem-abrigo na Hungria aos adolescentes negros e árabes constantemente parados pela polícia em França, passando pelos candidatos a asilo sírios na Grécia, estão a pagar o preço da falta de uma aplicação robusta dos direitos”, acrescentou.

“Apesar do compromisso de pôr os direitos humanos ‘no coração’ da sua política externa, a UE parece não ter qualquer política que garanta avanços em países com uma repressão sistemática dos direitos, assumindo por vezes abordagens inconsistentes em relação a países de todo o mundo e não sendo capaz de adotar uma mensagem comum para parceiros estratégicos como a Rússia e a China”, afirma.

Fonte: Noticias ao Minuto

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...