Universidade faz reunião para discutir racismo

Reunião ocorreu após Unesp encontrar pichações racistas em banheiro de faculdade

Do Conexão Penedo

A Congregação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac) da Universidade EstadualPaulista (Unesp), em Bauru (SP), órgão máximo da faculdade, fez nesta quinta-feira uma reunião aberta para discutir o racismo na universidade. A reunião ocorre após pichações racistas terem sido encontradas em banheiros da faculdade na última quinta-feira, com insultos contra as mulheres negras, o Coletivo Afrodescendente e o professor Juarez de Paula Xavier, coordenador do Núcleo Negro da Unesp.

Na última segunda-feira, a Faac instaurou uma comissão para investigar os fatos e atos racistas praticados no campi de Bauru. Chamada de Comissão de Apuração Preliminar, ela é composta por dois docentes e um servidor técnico administrativo e terá o prazo de 30 dias para concluir o trabalho. A comissão deverá levantar informações, buscar nomes, datas e horários que possam resultar em provas de comprovação de responsabilidade. Os responsáveis pelas pichações racistas poderão ser advertidos verbalmente ou até desligados da universidade.

Na reunião, foi anunciado que um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vaiacompanhar os trabalhos da comissão. Além disso, foi decidido a elaboração de um documento com propostas de ações afirmativas e o repúdio da universidade ao racismo. Ele será encaminhado ao Conselho Universitário da Reitoria da Unesp e à Assembleia Legislativa de São Paulo até o fim de agosto. A Faac também anunciou que vai intensificar o trabalho de combate ao racismo com uma campanha que será direcionada a todo o campi de Bauru e que vai consistir em cartazes, eventos, debates e um vídeoinstitucional.

Por meio de nota, a Unesp disse esta semana repudiar as pichações racistas, “considerando-as um ato contra o estado democrático de direito, a população afrodescendente e a política de inclusão adotada pela Unesp”.

+ sobre o tema

As Relações Sociais das Festividades N.S do Rosário dos Homens Pretos na Coroação do Rei Congo na década de 1840

Introdução A presença de africanos no Brasil contribuiu maciçamente...

Relatório da Anistia Internacional mostra violência policial no mundo

Violência policial, dificuldade da população em acessar direitos básicos,...

Aos 45 anos, ‘Cadernos Negros’ ainda é leitura obrigatória em meio à luta literária

Acabo de ler "Cadernos Negros: Poemas Afro-Brasileiros", volume 45,...

CCJ do Senado aprova projeto que amplia cotas raciais para concursos

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado...

para lembrar

Bradesco obrigado a indenizar ex-funcionário discriminado por racismo

    O TST (Tribunal Superior do Trabalho) diminuiu de R$...

Um ano sem solução

Por: Cristina Camargo Empresário ainda não consegue punição para...
spot_imgspot_img

Quanto custa a dignidade humana de vítimas em casos de racismo?

Quanto custa a dignidade de uma pessoa? E se essa pessoa for uma mulher jovem? E se for uma mulher idosa com 85 anos...

“Quanto mais diversos formos, melhores seremos”

Uma das mais destacadas intelectuais em atividade no país, a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas...

Unicamp abre grupo de trabalho para criar serviço de acolher e tratar sobre denúncias de racismo

A Unicamp abriu um grupo de trabalho que será responsável por criar um serviço para acolher e fazer tratativas institucionais sobre denúncias de racismo. A equipe...
-+=