Uso do álcool em gel nas mãos para evitar a nova gripe requer cuidados

Fonte: G1 –

Nesta semana, milhões de estudantes voltam às aulas e a grande preocupação de pais e escolas é evitar a contaminação com o vírus da nova gripe.

Por conta disso, o álcool em gel para limpar as mãos virou item básico do material escolar. No entanto, a utilização do produto requer cuidados

 

DICAS PARA USAR O ÁLCOOL GEL COM SEGURANÇA
Quantidade do produto
– Não usar em grande quantidade para não ressecar a pele. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o equivalente a “um grãozinho de ervilha” para as duas mãos é suficiente.
Número de aplicações
– Usar muitas vezes ao dia pode ressecar a pele, mesmo quando o produto tiver hidratante. O ideal é aplicar o álcool em gel quando as mãos estiverem sujas ou contaminadas – após espirrar ou assoar o nariz, por exemplo.
Lavar as mãos
– Sempre que possível, é aconselhável trocar o álcool em gel pelo sabonete, de preferência, de glicerina, que agride menos a pele.
Hidratação da pele
– Para evitar que a pele fique ressecada pelo uso do álcool em gel, é aconselhável aplicar creme para mãos de três a quatro vezes por dia.
Álcool para limpeza
– Especialistas divergem sobre o uso de álcool em gel para limpeza nas mãos. A Sociedade Brasileira de Dermatologia e o Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo dizem que pode ser usado se for álcool puro, sem outros detergentes. A Sociedade Brasileira de Infectologia e a Associação Brasileira da Indústria de Produtos de Limpeza, porém, dizem que o álcool para limpeza deve ser aplicado somente em utensílios e superfícies.
Ingestão
– O álcool gel não pode ser ingerido porque é altamente tóxico. No entanto, não é prejudicial se uma criança, por exemplo, levar a mão à boca após aplicar o produto.
Proteção
– O álcool em gel elimina bactérias que estão nas mãos, mas não as protege de novas contaminações.
Percentual de álcool
– O mais indicado é a solução com 70% de álcool e 30% de água, afirmam os médicos.
Álcool líquido
– Especialistas afirmam que a solução líquida não deve ser usada para higiene da mão por ser inflamável e ressecar a pele. Não é aconselhável também misturar o álcool líquido com água porque, segundo os especialistas, produtos químicos não podem ter sua composição alterada.

 

Pele ressecada


Médicos dizem que o uso em excesso do álcool em gel pode ressecar a pele, especialmente das crianças, que são mais sensíveis.

“O álcool gel irrita menos a pele do que o líquido e tem um poder de limpeza. Não é esterilização, mas proporciona uma higienização adequada. Mas têm algumas pessoas que são mais sensíveis e o uso em excesso pode ressecar a pele”, destaca Célia Kalil, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Célia diz que, sempre que possível, é indicado trocar o álcool em gel pela lavagem tradicional das mãos. “O sabonete de glicerina para a pele é melhor porque agride menos. Em todos os casos, é preciso lembrar de enxaguar bem as mãos, para o excesso de sabonete não irritar a pele.”

 

Produto de limpeza na mão?

 

Segundo a dermatologista, o álcool gel indicado para limpeza também pode ser usado nas mãos, desde que com ponderação. “Só não pode usar inadvertidamente. Não faz mal, mas o exagero pode prejudicar. É como água: faz bem, mas se você tomar 10 litros de uma vez vai passar mal.”

O pediatra e toxicologista Anthony Wong, do Instituto da Criança do Hospital Clinicas de São Paulo, concorda: “É possível usar o álcool gel para limpeza na mão, desde que a solução não tenha outros detergentes”.

A Associação Brasileira da Indústria de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla) afirma, no entanto, que não é recomendado o uso dos produtos de limpeza na pele.

“A preocupação é de que se use cada álcool para a finalidade adequada. O álcool de supermercado deve ser usado para limpar superfícies e utensílios e não na mão. Embora o álcool gel não seja um produto inflamável, é importante seguir o modo de usar recomendado na rotulagem do produto”, diz Maria Eugênia Saldanha, diretora-executiva da Abipla.

 

Ingestão do produto

 

O pediatra Wong alerta que, em qualquer caso, é preciso cuidado para evitar a ingestão. “A toxibilidade do álcool é alta, não foi feito para ingerir. É claro que se passar um pouco na mão e a criança levar à boca não vai fazer mal até porque o álcool evapora rápido, mas não pode tomar grande quantidade”, esclarece.

 

Proteção

 

Wong explica ainda que o álcool em gel serve apenas para limpar a mão que já está suja, mas não protege a contaminação futura. “A mãe não deve se iludir achando que ao passar álcool gel o filho está protegido. Não é verdade. A ação antisséptica do álcool é fugaz. Depois que o álcool evapora, a pessoa já está sujeita a nova contaminação.”

A infectologista Thais Guimarães, da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz que o álcool em gel é tão eficaz para limpar mãos quanto água com sabão. “É tão eficaz quanto. Além de ser mais prático.”

Matéria original: Uso do álcool em gel nas mãos para evitar a nova gripe requer cuidados

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