Vereadora denuncia inscrição racista em faculdade de Petrópolis

A vereadora da Câmara do Rio Teresa Bergher (PSDB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, está em Petrópolis na tarde desta sexta-feira para denunciar um caso de inscrições racistas e com alusão ao nazismo que foram escritas na porta de um banheiro da Universidade Católica de Petrópolis (UCP). Ela se reuniu com a reitoria da instituição para saber se estão sendo tomadas providências em relação ao caso e encaminhou representação à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância para que apure os fatos.

– Fiquei sabendo deste caso ontem (quinta-feira) quando estive na Alerj para acompanhar colegas deputados na votação de um projeto de lei que prevê a introdução do ensino do Holocausto Nazista nas aulas da rede estadual, projeto semelhante ao que consegui aprovação no município. Assim que soube, pedi para irem ao local e checarem se realmente era verdade. Diante da confirmação, que obtive com fotos, fiquei indignada. Quero saber que providências a universidade tomou e por que as inscrições não foram apagadas já que parecem ter sido escritas há um certo tempo – afirmou Teresa.

Segundo a vereadora, as inscrições foram escritas num banheiro masculino do campus da Rua Benjamin Constant, onde funcionam 15 cursos. Entre eles, estão administração; ciência da computação; ciências contábeis; direito; marketing e economia. Os dizeres trazem além de frases ofensivas a judeus, também palavras depreciativas referentes a negros e homossexuais. Foram desenhadas suásticas ao lado de “white power” (poder branco).

A UCP informou em nota que “constatou em inspeção em uma das portas de um banheiro a existência dos desenhos e frases mostradas nas fotos feitas pela assessoria da vereadora”. A instituição alegou que “desconhecia a existência de tais inscrições e repudia tal atitude, considerando-a condenável e contrária aos valores que promove e pratica”.

A universidade também afirmou que “o banheiro masculino em questão é muito usado para eventos externos, fato que deixa a instituição vulnerável, e esclarece ainda que as providências cabíveis já estão sendo tomadas”. Em reunião com a vereadora Teresa Bergher, realizada no gabinete da reitoria, o reitor José Luis Rangel Sampaio Fernandes comprometeu-se a retirar as inscrições, assim como promover um seminário sobre o assunto, organizado pelo curso de História do Centro de Teologia e Humanidades da UCP. O reitor lamentou o ocorrido, “principalmente por se tratar de uma instituição que tem como princípio o respeito pela pessoa humana e que passa aos alunos valores éticos e morais”.

Fundada em maio de 1953, a universidade foi a primeira instituição de ensino superior instalada na cidade de Petrópolis. Atualmente, em diversas áreas, são oferecidos 36 cursos de graduação, sendo oito tecnólogos, além de cursos de pós-graduação e mestrado.

Este não é o primeiro caso envolvendo inscrições nazistas em universidades do estado. Em maio de 2005, a Polícia Federal abriu uma investigação após serem feitas pichações no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ, na porta da sala do professor judeu Bernardo Sorj.

Fonte: Thereza Bergher

+ sobre o tema

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

para lembrar

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...
spot_imgspot_img

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se retratar com Camila Pitanga e o pai da atriz, Antônio Pitanga, depois de uma declaração...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...