Vinícius Júnior revela um de seus maiores medos na Europa

Além disso, o atacante, que já está vendido ao Real Madrid, falou sobre o racismo no futebol, a pressão exercida sobre ele e como o contrato com os merengues mudou a vida de sua família

Do Foxsports

Foto: Marcelo Cortes/Fotoarena

Vendido pelo Flamengo ao Real Madrid por 45 milhões de euros, cerca de R$ 164 milhões de reais, Vinícius Júnior se tornou a segunda maior venda da história do futebol brasileiro, atrás apenas de Neymar. Sua ida ao clube merengue será apenas em junho deste ano, porém, o atacante já demonstra certas preocupações com a Europa.

Em entrevista realizada ao jornal britânico The Guardian, o atleta falou do medo que tem sobre o os casos de terrorismo que ocorrem em alguns países do Velho Continente. “Estou preocupado com o terrorismo porque eu não sei o que fazer, onde correr, não é um problema que pode ser previsto, é muito difícil”.

Vindo de uma família humilde de São Gonçalo, Vinícius Júnior ainda contou como o seu primeiro grande contrato mudou a vida de seus familiares, que viviam em uma área de conflitos constantes.

“Tirar minha família de São Gonçalo é uma das melhores decisões que eu tomei na minha vida. Eu vivi lá por 13 anos e sei como é difícil. Vi muitos tiroteios porque eu morava perto de uma favela, temia pelo meu irmão, pelo que poderia acontecer com ele. ”

Sobre a pressão exercida pela torcida e pela mídia, o atacante encara com maturidade e enxerga que altos e baixos fazem parte de um atleta em que se espera muito.

“Os torcedores esperam muito de mim, ainda mais agora que sabem que eu fui vendido para o Real Madrid. Eu preciso entender todas as situações. Falo muito com meu pai sobre o fato de que mesmo Messi, Cristiano ou Neymar podem ter um jogo ruim. Por que não posso ter um jogo ruim? “

Por fim, sobre o racismo no Brasil, o atacante revelou que sua família ainda sofre muito com o preconceito e pediu que mudanças sejam feitas pela FIFA.

“É muito triste. O futebol pode ter um problema com o racismo maior do que a própria sociedade, porque há muita inveja no futebol e minha família sofre muito. Eu não sofro abuso racista diariamente porque as pessoas me conhecem, mas minha família sofre isso. Eu acho que a FIFA poderia reagir mais fortemente quando há um problema, há muitas crianças assistindo futebol e elas só querem ver um bom jogo, não o racismo. É um problema ruim que afeta o jogo e nossa sociedade “.

 

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