Viver na big zona – Por Fernanda Pompeu

Do jeito que o mundo digital anda voando, precisaríamos ter um cérebro e uma memória monstros para processar o mar de informações que nos navega ao toque de um minuto. Tudo embalado em centenas de exabytes – lembrando que um exabyte é igual a um bilhão de megabytes.

Esta crônica, uma vez postada, entrará imediatamente no gigantesco arquivo eletrônico. Já não é novidade, mas a possibilidade de um senhor numa praça em Lisboa, de repente, acessar o blog Mente Aberta arrepia meus dois neurônios.

Agora falando sério. Pergunto: como encontrar o que verdadeiramente nos interessa? As mídias tradicionais – em particular jornais, telejornais e revistas – fazem o trabalho de mediação entre os fatos e os leitores. Eu não escolho o que vou ler. Editores hierarquizam as notícias e os escândalos para mim.

Mas a internet é muito livre para se submeter a intermediários, mesmo aqueles intermediários com profunda cultura e excelente profissionalismo. Ela é vagabunda e bem-comportada ao mesmo tempo. Ao lado de um artigo científico, convive uma fofoca do último Big Brother Brasil.

Até o Facebook criado em 2004, e o Twitter surgido em 2006 – os dois uma espécie de internet entre amigos, ou entre pares – começam a dar enxaqueca quanto a administrá-los. Pois tamanha é a quantidade e a velocidade do tráfego de dados e informações.

A questão é que informações e dados nos chegam embaralhados, fragmentados, em excesso. É claro, o mundo está na rede. Mas ninguém dá conta e nem se interessa pelo mundo inteiro. Temos preferências, prioridades, paixões. E ódios também.

Não imagino que possa existir uma receitona, ou receitinha, para encontrar e processar informações. Se alguém souber, por favor, escreva nos comentários. Tenho a sensação que cada um terá que desvelar as chaves que abram o caminho.

Penso que uma boa dica de começo é aprender a filtrar. Isto é, recorrer à velha e sempre fiel capacidade crítica. Descobrir o que é relevante para a vida pessoal e para o trabalho que se faz, ou que se deseja fazer. Resumo dos bytes: que tipo de informação me transforma?

 

Fonte: Yahoo 

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