Wilson Simonal

Wilson Simonal de Castro (Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 1939 – 25 de junho de 2000) foi um cantor brasileiro de muito sucesso nas décadas de 1960 e 1970.

Simonal teve uma filha, Patricia, e dois filhos, também músicos: Wilson Simoninha e Max de Castro.

Sa Marina

 “SA MARINA” de A BOSSA E O BALANCO por WILSON SIMONAL. Faixa 9. Gênero: BRASILEIRA.

Início da carreira e o sucesso

Simonal era militar do Exército e começou a carreira cantando calipsos e música em inglês nos bailes do 8º grupo de Artilharia da Costa. Em 1961, foi crooner do conjunto de calipso Dry Boys, integrando também o conjunto Os guaranis. Apresentou-se no programa Os brotos comandam, apresentado por Carlos Imperial, um dos grandes responsáveis por seu início de carreira. Cantou nas casa noturnas Drink e Top Club. Foi levado por Luiz Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli para o Beco das Garrafas, que era o reduto da bossa nova.

Em 1964, viajou pelas América do Sul e América Central, junto com o conjunto Bossa Três, do pianista Luís Carlos Vinhas.

De 1966 a 1967, apresentou o programa de TV Show em Si …monal, pela TV Record – canal 7 de São Paulo. Seu diretor era Carlos Imperial. Se revelando um showman, fez grande sucesso com as músicas País tropical (Jorge Ben), Mamãe passou açúcar em mim, Meu limão, meu limoeiro e Sá Marina Carlos Imperial, num swing criado por César Camargo Mariano, que fazia parte do Som Três, junto com Sabá e Toninho, e que foi chamado de pilantragem (uma mistura de samba e soul), movimento também idealizado e capitaneado por Carlos Imperial.

Em 1970, acompanhou a seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo, realizada no México, onde tornou-se amigo dos jogadores de futebol Carlos Alberto e Jairzinho e do maestro Erlon Chaves.

Nessa época, Simonal era um cantor bastante assediado pela imprensa e pelos fãs, e vivia o auge de sua carreira.

O desfalque e a falsa acusação de ser informante do SNI

No início da década de 1970, Simonal foi vítima de um desfalque, e contratou gente para dar uma surra em seu contador por conta de questões financeiras e fiscais. Esse contador trabalhava também para diversos atores e diretores da Rede Globo, e, revoltado com o ato de Simonal, acabou se aliando com João Carlos Magaldi, então diretor da Central Globo de Comunicação. Juntos, inventaram um boato terrível, com o único objetivo de destruir completamente a carreira do cantor: Simonal seria um alcagüete a serviço da ditadura militar, e estaria delatando supostas práticas “subversivas” de vários artistas.

Durante o inquérito que apurava a surra, assim, Simonal foi acusado de ser informante do Dops. O jornal alternativo O Pasquim acusou-o de dedo duro, e a mentira teve ampla aceitação. Simonal ficou desmoralizado no meio artístico-intelectual e cultural da época, e sua carreira começou a declinar.

A classe artística inteira e o público voltaram-se contra Simonal. Até a sua morte, trinta anos depois, ele ainda não conseguira livrar-se da fama de traidor, embora o boato que o vitimara tivesse sido posteriormente desmentido por várias vezes. [1]CASTRO, Ruy – Chega de saudade – 1990 – Cia. das Letras – ISBN 9788571641372

“(…) quando surgiu o cantor no Beco das Garrafas, Simonal era o máximo para seu tempo: grande voz, um senso de divisão igual aos dos melhores cantores americanos e uma capacidade de fazer gato e sapato do ritmo, sem se afastar da melodia ou apelar para os scats fáceis”.

Ostracismo e morte

Simonal caiu em absoluto esquecimento a partir da década de 1980. Tornou-se deprimido e vítima do alcoolismo, vindo a morrer de complicações decorrentes do vício.

Reabilitação

Em 2002, dois anos após sua morte, a família do cantor requisitou abertura de processo para verificar a veracidade da acusação de informante do regime. Foram reunidos depoimentos de diversos artistas, além de um documento datado de 1999 em que o então secretário de Direitos Humanos, José Gregori, atestava que não havia evidências nem nos arquivos do Serviço Nacional de Informações (SNI) nem no Centro de Inteligência do Exército de que Simonal houvesse sido informante desses órgãos. Como resultado, o nome do músico foi reabilitado publicamente pela Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 2003.

Discografia

* 1961 – Teresinha (Carlos Imperial)
* 1963 – Tem algo mais
* 1964 – A nova dimensão do samba
* 1965 – Wilson Simonal
* 1966 – Vou deixar cair…
* 1967 – Wilson Simonal ao vivo
* 1967 – Alegria, alegria !!!
* 1968 – Alegria, alegria – volume 2
* 1968 – Quem não tem swing morre com a boca cheia de formiga
* 1969 – Alegria, alegria – volume 3
* 1969 – Cada um tem o disco que merece
* 1969 – Homenagem à graça, à beleza, ao charme e ao veneno da mulher brasileira
* 1970 – Jóia
* 1972 – Se dependesse de mim
* 1975 – Ninguém proíbe o amor
* 1977 – A vida é só cantar
* 1979 – Se todo mundo cantasse seria bem mais fácil viver
* 1981 – Wilson Simonal
* 1985 – Alegria tropical
* 1991 – Os sambas da minha terra
* 1995 – Brasil
* 1997 – Meus momentos: Wilson Simonal
* 1998 – Bem Brasil – Estilo Simonal
* 2002 – De A a Z : Wilson Simonal
* 2003 – Alegria, alegria
* 2003 – Relançamento de Se todo mundo cantasse seria bem mais fácil viver
* 2004 – Rewind – Simonal Remix
* 2004 – Wilson Simonal na Odeon (1961-1971)
* 2004 – Série Retratos: Wilson Simonal




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