Yá Mukumby: Lìder negra recebe o título de Cidadã Honorária póstuma de Londrina

Dentro das comemorações do Dia do Samba, celebrado nesta segunda-feira (2), a Câmara Municipal de Londrina vai homenagear numa cerimônia às 20h, com o título de Cidadã Honorária, post mortem, a líder do movimento negro, Vilma Santos de Oliveira, a Yá Mukumby. A iniciativa é da vereadora Elza Correia (PMDB), como reconhecimento ao trabalho desenvolvido por Yá Mukumbi em prol de Londrina nos movimentos sociais, em especial na defesa da cultura afro-brasileira.

Por: Alexandre Sanches com assessoria

Nascida em Jacarezinho (140 km de Londrina) em 17 de julho de 1950, Vilma Santos foi assassinada no dia 4 de agosto deste ano, juntamente com a sua mãe, Allial de Oliveira Santos, 86 anos, e sua neta, Olívia Santos de Oliveira, 10. Elas foram mortas durante um surto psicótico de um rapaz que havia matado momentos antes a sua mãe, vizinha da líder negra, e tentava matar a namorada que procurou abrigo na casa da família Santos.

Vilma Santos, a Yá Mukumby como era conhecida, chegou a Londrina em 1961, então com 11 anos. E na vizinha cidade de Cambé (16 km de Londrina), ela coordenou durante 45 anos o terreiro de Candomblé Ilê Axé Ogum Megê, do qual foi fundadora. Ela foi uma das mães de santo do candomblé mais conhecidas e referência do Movimento Negro paranaense.

De acordo com o seu histórico, Yá Mukumby presidiu o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Londrina, além de ter ajudado a implantar o sistema de cotas raciais para negros na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Ela também militou no Movimento Negro Unificado, foi conselheira do Núcleo Afro-brasileiro da UEL, conselheira do Conselho de Integração da Universidade, ocupando a cadeira das religiões afro-brasileiras, integrou o Conselho Municipal de Dieitos da Mulher, a diretoria da Escola de Samba Zumbi dos Palmares, assim como ajudou a fundar a Associação Afro-Brasileira (AABRA) de Londrina.
Dia do Samba

Ela presidiu o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, em Londrina, e ajudou a implantar o sistema de cotas raciais para negros, juntamente com a Universidade Estadual de Londrina (UEL). Também militou no MOvimento Negro Unificado, foi conselheira do Núcleo Afro-brasileiro da UEL, do Conselho de Integração da Universidade, ocupando a cadeira das religiões afro-brasileiras.

Integrou o Conselho Municipal de Direitos da Mulher, a direotira da Escola de Samba Zumbi dos Palmares, além de ter ajudado na fundação da Associação Afro-Brasileira (AABRA) de Londrina.

A escolha do Dia do Samba para a homenagem post mortem foi sugerida por integrantes do movimento negro por conta do show “Vilma de Todos os Santos”, que realizava rodas de samba em diversos pontos da cidade, além de manter cardápio com comida afro-brasileira.

No seu histórico conta que Yá Mukumby levantou bandeiras sociais e políticas em prol da raça negra. Em sua trajetória política, religiosa no Candomblé, no movimento negro e, a partir de 1980 no Partido dos Trabalhadores (PT), deu visibilidade e respeitabilidade pela sociedade londrinense, estando sempre envolvida com o debate político e racial.

Yá Mukumby é coautora do livro “O negro na universidade: o direito à inclusão”, juntamente com Jairo Queiroz Pacheco e Maria Nilza da Silva. Em 2010 um livro contou a sua trajetória de vida na obra Yá Mukumby, a Vida de Vilma Santos de Oliveira, cuja publicação integra a coleção Presença Negra em Londrina, da Editora da Universidade Estadual de Londrina (Eduel).

O líder do movimento negro, José Mendes de Souza, considera o título de Cidadão Honorária post mortem é um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido por Yá Mukumby, que extrapola a questão do negro, mas abrange também a questão da mulher, da saúde e da juventude. “O mais importante agora é dar continuidade aos trabalhos que dona Vilam iniciou. Criamos o coletivo Por Amor a Mãe Mukumby, que se reúne semanalmente para que possamos contribuir com a preservação da memória de dona Vila e, desta forma, darmos continuidade às suas lutas”, enfatizou.

Para a autoria da homenagem, Elza Correia, dona Vila era uma mulher firme e generosa, dedicando a sua vida à luta pela promoção da igualmente no Brasil. “Ela defendeu ao longo de sua vida o direito à igualdade para todos os cidadãos brasileiros. Homenagear dona Vilma, é homenagear a luta daqueles que buscam respeito e pela dignidade”, afirmou.

Fonte: Londrina

+ sobre o tema

OAB-BA repudia a infame afirmação de Mauro Ricardo sobre volta do Pelourinho

    Ontem este blogue produziu uma nota registrando a declaração do ex-secretário...

Fertilização ‘in vitro’ com três pais está em debate nos EUA

Os especialistas não vão se manifestar sobre as questões...

Comitê da ONU faz sugestões ao Brasil

Fonte: lista [email protected]       O Comitê de Direitos Econômicos Sociais e...

150 milhões de meninas sofreram agressão sexual no mundo

A saúde e a vida de milhões...

para lembrar

O espaço do negro no centro paulistano, por Vera Lucia Dias

UM ROTEIRO PELA CIDADE DE SÃO PAULO – O...

Reflexão sobre o texto da Afropress e Luiza Bairros por Eduardo Santiago

REFLEXÕES SOBRE O TEXTO INTITULADO: Com avaliação de apagada,...

Cultura afro ganha evidência em Projeto de Ipiaú

Ação vai ensinar entrelace de tecidos para produção de...
spot_imgspot_img

João Cândido e o silêncio da escola

João Cândido, o Almirante Negro, é um herói brasileiro. Nasceu no dia 24 de junho de 1880, Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul....

Levantamento mostra que menos de 10% dos monumentos no Rio retratam pessoas negras

A escravidão foi abolida há 135 anos, mas seus efeitos ainda podem ser notados em um simples passeio pela cidade. Ajudam a explicar, por...

Racismo ainda marca vida de brasileiros

Uma mãe é questionada por uma criança por ser branca e ter um filho negro. Por conta da cor da pele, um homem foi...
-+=