10 livros sobre feminismo escritos por mulheres para ler já

No mês das mulheres, atualize sua biblioteca com estas obras sobre protagonismo feminino

“Mulheres com olhos e ouvidos na ponta da língua, e corpos que falassem e rissem”, era o que andava procurando Hélène Cixous quando escrevia “O Riso da Medusa” nos anos 70. De lá pra cá, ao contrário do que pontou em seu ensaio, existem muitas “mulheres assim pelo mundo”.

Nesta mesma época, Angela Davis, por exemplo, se tornou ícone do movimento negro nos Estados Unidos e, anos depois, lançaria uma das obras mais importantes sobre o feminismo negro. E, como estas mulheres, muitas outras tomariam para si os holofotes ou o papel em branco para registrarem a história – as que elas vivem na pele ou as que outras não tiveram a chance de contar.

Para celebrar a proximidade do Dia das Mulheres, trazemos uma lista de livros que abordam o feminismo escritos por mulheres “potentes, as férteis, as alegres, as livres, […] essas belezas de vida que eu encontrava na literatura, raras e esplêndidas”, como escreveu Cixous, que também profetizou: “Agora as mulheres vão escrever. […] E o futuro está no presente”. Que assim seja!

Quem tem medo do feminismo negro?

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Abrindo a lista, Djamila Ribeiro é uma das vozes mais poderosas da atualidade. Mas até se tornar um um nome relevante no ativismo feminista negro no Brasil, ela encarou uma infância de silenciamentos e apagamento de identidade, assim como milhões de pessoas pelo mundo inteiro. Estes são alguns dos temas abordados pela escritora nesta obra autobiográfica, publicada em 2018, que dialoga com outras autoras como Conceição Evaristo, Angela Davis e Chimamanda Ngozi Adichie, o nome por trás de mais um título essencial, “Sejamos Todos Feministas”.

O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras

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bell hooks só falta desenhar nesta obra que é, praticamente, um manual sobre o feminismo. Mas não é preciso: a norte-americana é extremamente clara ao explicar, primeiro, o que é feminismo e, assim, enterrar de vez as fake news sobre o assunto. E ela vai muito além em suas páginas: fala da importância de ser contra o sexismo, ou qualquer pensamento opressor, e como o tema deve ser debatido nos relacionamentos. As lutas de classe e gênero também são abordadas neste livro que você, com certeza, vai terminar fazendo inúmeras marcações.

Extraordinárias: Mulheres que revolucionaram o Brasil

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Duda Porto de Souza e Aryane Cararo trazem perfis de mulheres inspiracionais! Você já ouviu falar, por exemplo, em Madalena Caramuru, a primeira mulher brasileira alfabetizada? E Dandara, líder do Quilombo dos Palmares ao lado de Zumbi? Também tem a baiana Maria Quitéria, heróina do exército que lutou contra os portugueses na Guerra da Independência. Em mais de 200 páginas, as autoras dão luz a nomes que caíram no esquecimento, muitas vezes em detrimento dos mesmos feitos de homens que batizam ruas e avenidas pelo país.

Afiadas

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O título deste livro de Michelle Dean já diz: estas mulheres têm a língua afiada e são elas quem encerram o assunto em uma roda de debates. Mas nestas páginas é Dean quem fala sobre o trabalho de escritoras e críticas literárias como Mary McCarthy e Renata Adler, até nomes mais conhecidos como Joan Didion, Nora Ephron e Susan Sontag. Mulheres com opiniões e pensamentos diferentes, mas histórias parecidas: todas, em algum momento, foram subestimadas.

O quarto de Despejo

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Antes de ser um livro-denúncia, “O Quarto de Despejo” é o diário de Carolina Maria de Jesus, uma catadora de papel semianalfabeta que enfrentou todo tipo de violência. Os relatos, que se passam no bairro do Canindé, em São Paulo, se tornaram um documento essencial para a história do Brasil, além de ser um retrato sobre as comunidades marginalizadas.

Depois de Tudo, Queime

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Luciana Borges faz uma coletânea de dates fracassados após darem o primeiro – ou, na maioria dos casos, o único – match em aplicativos de relacionamento. Ela dividiu a mesa com homens machistas, abusivos, egoístas ou apenas sem noção e contou como se sentiu nestas situações: às vezes diminuída, às vezes objetificada, às vezes apenas uma plateia ou abrigo. Depois de tantas decepções, ela também relata um encontro poderosíssimo.

Persépolis

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Enquanto aborda a guerra entre Ocidente e Oriente, a iraniana Marjane Satrapi conta sobre os próprios conflitos internos nesta história em quadrinhos que já foi adaptada para o cinema. De adolescente obrigada a usar o véu no Irã, para uma liberdade que deixou Marjane confusa na Áustria, esta HQ conquistou leitores no mundo inteiro – mesmo tendo sofrido algumas censuras.

Desconstruindo Una

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Em 1977, na Inglaterra, um serial killer é procurado por estuprar e matar dezenas de mulheres. Nesta HQ autobiográfica, Una, então com 12 anos, reabre feridas para falar sobre feminicído em uma época e sociedade em que a violência masculina, na maioria das vezes, não é punida. “A polícia”, escreve ela em um dos quadros, “se concentra em procurar evidências de moral questionável nas vidas do crescente número de mulheres que alguém atacou”, criticando quem sempre tenta justificar a violência de gênero.

Três Mulheres

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Também autora de outro best-seller, “Animal”, Lisa Taddeo conta a história de três mulheres reais, tratando duas delas por pseudônimos. Sloane era usada como objeto sexual do marido, enquanto o oposto acontecia com Lina, cujo marido se recusava a ter relações com ela. Por último, Meggie é mais uma mulher vítima de abuso em uma sociedade que insiste em fazer mea-culpa para os criminosos. Com uma boa dose de sarcasmo, Taddeo apresenta histórias devastadoras com relatos cotidianos.

A princesa salva a si mesma neste livro

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Amanda Lovelace propõe um mergulho interno para buscar autoconhecimento e perceber que cada um pode ser autor do próprio final feliz, sem que isso soe egoísta ou pareça que não precisamos partilhar a vida com alguém. O pequeno, mas poderoso, livro de Lovelace rebate a ideia dos contos de fadas de que mulheres sempre vão precisar de príncipes para resgatá-las.

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Geledés Instituto da Mulher Negra
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