“12 Anos de Escravidão”: saiba como utilizar o filme no vestibular

Por completar 130 anos em 2018, a chance de alguma questão relacionada à Lei Áurea aparecer nos vestibulares é alta

no Guia do Estudantes

Fox Searchlight

A ideia desta série de matérias é permitir que você consiga desenvolver um repertório mais amplo e um pensamento crítico mais aguçado com base nas diversas camadas que a sétima arte pode apresentar. As análises dos filmes que faremos aqui buscam mostrar certas relações entre o enredo e temas contemporâneos que podem ser abordados na redação e em outras questões do Enem e dos principais vestibulares do Brasil.

O filme “12 Anos de Escravidão” é baseado na história real de Solomon Northup, um homem negro nascido livre no norte dos Estados Unidos que lutou arduamente durante mais de uma década pela sobrevivência e pela liberdade.

A história se passa em 1841, época pré-Guerra Civil (1861-1865) e portanto alguns anos antes da abolição oficial da escravatura no país.

Solomon vivia com a esposa e seus dois filhos em Nova York, era violinista, sabia ler e escrever e viajou para diversas regiões nesse período em que parte do país ainda estava arraigada à cultura da escravidão.

Um dia, ele recebe uma proposta para trabalhar como violinista em Washington e viaja com os dois homens que o contrataram, Brown e Hamilton. Mas eles o embriagam e o sequestram para levá-lo ao sul escravagista e vendê-lo como escravo. A partir daí, Solomon precisa se virar como pode para sobreviver, superando humilhações físicas e emocionais.

Ele passa por dois senhores, William Ford e Edwin Epps, e cada um explora seus serviços à sua maneira. Ao ser comprado por Ford, acaba se destacando dos demais e é ameaçado de morte. Com isso, é repassado para Epps.

Epps é um senhor de escravos cruel, que faz questão de dificultar ainda mais a vida de seus escravos, torturando-os muitas vezes por tédio ou prazer. A escrava Patsey é a que mais sofre com os abusos do fazendeiro.

O filme contém cenas fortes de violência, como enforcamento, estupro e chicotadas – tudo de forma explícita e realista.

Para Solomon, a liberdade só viria depois de 12 anos de muito sofrimento e com a ajuda de um homem contrário à escravidão.

Durante esse período, ele conhece diversas mazelas do ser humano e sente na pele o descaso e o abuso dos senhores contra os seus escravos, impondo-lhes tortura, castigos e lesões corporais.

Assim, com o longa é possível observar a crueldade humana contra o próximo – no caso, a relação do homem branco dos EUA do século XIX, principalmente o sulista, com o homem negro. Em termos de preconceitos, esta é uma obra sobre algo que, quase 200 anos depois, segue lamentavelmente atual.

O relato autobiográfico, publicado depois da libertação de Northup, em 1853, logo se tornou um best-seller e inspirou o filme de mesmo nome.

É possível explorar o filme “12 Anos de Escravidão” a partir de diversos aspectos. Conversamos com Sérgio Paganim, professor de redação do Anglo, para estabelecermos os principais e qual a melhor forma de aplicá-los na hora da prova.

Escravidão

A escravidão é uma prática na qual uma pessoa assume o poder de propriedade sobre outra. Ela se fez presente em diversos contextos e formas pelo mundo ao longo dos séculos.

No Brasil, o uso do escravo como mão de obra começou com a atividade açucareira, atravessou o período colonial e só foi oficialmente extinto em 1888. Durante praticamente todo esse período, o trabalho compulsório constituiu a base da economia do país.

Inicialmente foram escravizados apenas os indígenas; depois, os africanos, que logo se tornaram majoritários. Trazidos pelo tráfico negreiro, os negros, assim como os índios, eram mantidos subjugados mediante uma política desumana de repressão e controle.

Em 1888, a princesa Isabel – que substituiu o imperador Dom Pedro II em viagem à Europa – assina a Lei Áurea e a escravidão é finalmente proibida no Brasil. Cerca de 700 mil escravos foram libertos na época.

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