Apesar de 75% das empresas terem políticas que proíbem discriminação por identidade de gênero e orientação sexual, muitos profissionais LGBT não se sentem confortáveis para se assumirem no trabalho. De acordo com um estudo divulgado no final de janeiro pelo Center for Talent Innovation, 61% dos funcionários LGBT no Brasil dizem esconder sua sexualidade para colegas e gestores.
A pesquisa foi feita em duas etapas e ouviu mais de 12,2 mil profissionais em países como China, Rússia, Cingapura, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e o Brasil. Deste total, 1.964 são lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans.
No Brasil, além de 61% dos profissionais LGBT não assumirem sua orientação sexual ou a identidade de gênero, 49% disseram que não a escondem, mas não falam abertamente sobre o assunto no ambiente de trabalho e alteram o próprio comportamento para se integrar entre os colegas.
Em outros países, como a África do Sul, o percentual é mais baixo, mas continuam próximos dos 50%. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, estes percentuais caem para 30% e 28%, respectivamente. O maior impedimento para assumir a sexualidade ou a identidade de gênero é a discriminação.
Ainda segundo o estudo, apesar dos avanços em relação ao tema, a homossexualidade é considerada um crime em 75 países, como Índia, Rússia e Cingapura. Em oito deles, leis preveem pena de morte para quem tiver relações homoafetivas. Nestes países, o número de profissionais LGBT que assumem a orientação cai drasticamente.
Entre as 500 maiores empresas do mundo, citadas pela Fortune, 93% proíbem qualquer discriminação de identidade de gênero e orientação sexual. Para a fundadora e CEO do Center for Talent Innovation, Sylvia Ann Hewlett, este fato tem ligação com a produtividade da empresa.
“Profissionais LGBT que trabalham para companhias que os fazem se sentir mais seguros em relação a qualquer discriminação tendem a ser mais engajados com o trabalho e a darem mais resultados”, disse Hewlett.