Especialistas da ONU pedem proteção aos direitos humanos de afrodescendentes no Canadá

Um grupo de especialistas em direitos humanos das Nações Unidas expressou forte preocupação com as práticas racistas contra pessoas afrodescendentes no sistema criminal do Canadá.

Da ONU

Um grupo de especialistas em direitos humanos das Nações Unidas expressou na semana passada (21) forte preocupação com as práticas racistas contra pessoas afrodescendentes no sistema criminal do Canadá.

“Há claras provas de que a discriminação racial é endêmica nas estratégias e práticas utilizadas pela aplicação da lei. O uso arbitrário e desproporcional na aplicação da lei afeta as pessoas de ascendência africana”, disse o líder do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Afrodescendentes, Ricardo Sunga.

“Pedimos às autoridades canadenses que desenvolvam e implementem uma estratégia de justiça que responda às práticas de racismo contra as pessoas afrodescendentes e à discriminação dentro do sistema de justiça criminal”, acrescentou.

Entre os dias 17 e 21 de outubro, uma delegação do Grupo de Trabalho visitou Ottawa, Toronto, Halifax e Montreal para adquirir conhecimento de primeira mão sobre todas as formas de racismo, discriminação racial, xenofobia, aversão a africanos e intolerância para avaliar a situação geral dos direitos humanos de afrodescendentes no país.

“Em nossa conversa com os canadenses africanos, descobrimos que a história no Canadá da escravidão, da segregação racial e da marginalização teve um impacto danoso sobre as pessoas de ascendência africana”, frisou Sunga.

A delegação, que também inclui os especialistas em direitos humanos Michal Balcerzak e Ahmed Reid, saudou os esforços em curso do novo governo de revitalizar a abordagem da discriminação racial e de promover os direitos humanos, a diversidade e a inclusão em parceria com comunidades canadenses africanas e organizações da sociedade civil na promoção dos direitos dessas pessoas.

“Parabenizamos, entre outras medidas, a recente criação da Diretoria Antirracismo, que visa a enfrentar essa prática sistêmica e promover medidas e políticas em toda a província de Ontário”, disse Sunga.

Durante a visita ao Canadá, os especialistas também promoveram a Década Internacional de Afrodescendentes, que vai de 2015 a 2024. A iniciativa busca valorizar a contribuição das pessoas de ascendência africana às sociedades, e reforçar a cooperação, nacional, regional e internacional para garantir que os direitos dessa população sejam respeitados e protegidos.

O Grupo de Trabalho apresentará um relatório com as suas conclusões e recomendações ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2017.

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