#SerMãeNegra: “Se você fosse branquinha, mais bonitinha, eles cuidariam melhor de você”

Sá Ollebar, criadora do blog “Preta Pariu”, fala sobre a violência obstétrica que sofreu em dois de seus três partos. A frase que dá nome à reportagem, ela ouviu de sua avó, que, infelizmente, sabia do que estava falando

Por Aline Melo com Vanessa Lima, da Revista Crescer

Sá Ollebar conta a história de dois partos nos quais foi violentada (Foto: Reprodução/Instagram)

Três partos. 30 anos. Negra. Sá Ollebar sentiu na pele, física e psicologicamente, o racismo ao dar à luz. Cesárea ou parto normal: a via de nascimento fez pouca diferença no tratamento, recebido no sistema de saúde pública. As más experiências nos dois primeiros partos não deixaram dúvidas de que não pisaria no hospital para ter seu terceiro bebê. A história da criadora do blog Preta Pariu você confere no especial #SerMãeNegra.

Sá considera seu primeiro parto mais tranquilo, por ter sido normal. Mas a palavra “tranquilo” talvez não combine nada com a classificação do acontecimento. “A questão de te cortarem e te rasgarem é uma violência em um grau totalmente físico”, diz. Na época, ela tinha 18 anos e só foi para o hospital quando estava quase parindo, seguindo um conselho da avó, que ela se emociona ao recordar. “Segura. Fica em casa até a bolsa estourar. Quando chegar no médico, você vai sofrer mais, vão te tratar mal, vão judiar de você. Se você fosse branquinha, mais bonitinha, eles iriam cuidar melhor de você”, dizia a avó. Infelizmente, ela sabia do que estava falando.

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