Malala estará em SP para debate sobre educação e papel das mulheres

É a primeira vez que a paquistanesa virá para o Brasil; ela foi baleada pelo Talibã em 2012 e defende o direito das meninas à educação.

Do G1

A paquistanesa vencedora do Prémio Nobel da Paz Malala Yousafzai fala com estudantes em uma escola secundária no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia, durante evento para comemorar seu aniversário de 19 anos (Foto: Thomas Mukoya/Reuters)

A paquistanesa Malala Yousafzai, a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel, virá pela primeira vez ao Brasil no próximo dia 9 de julho. Ela vai participar de um evento fechado para convidados, a convite do Itaú Unibanco, em São Paulo, para discutir o papel da educação no desenvolvimento infantil e das mulheres no Brasil.
Também participam do encontro alunos de escola pública e representantes de ONGs. Ele será transmitido, ao vivo, pelas redes sociais do banco Itaú.

No dia 9 de outubro de 2012, Malala foi alvo de um ataque a tiros por membros do Talibã. Ela estava em um ônibus escolar com outras meninas voltando para casa depois de mais um dia letivo, em Swat, uma região ultraconservadora no norte do Paquistão. Na época ela tinha 15 anos e defendia publicamente o direito à educação para as meninas. Os talibãs são contrários à educação das mulheres.

Baleada na cabeça, Malala sobreviveu ao atentado, que chocou o Paquistão, mesmo com a onda de violência e repressão por parte dos militantes do Talibã. Ela foi retirada do país com sua família e levada ao Reino Unido. Os médicos retiraram a bala de seu cérebro e, depois de se recuperar, ela voltou à escola, terminou o ensino médio e começou a cursar filosofia, política e economia na Universidade de Oxford.

Hoje, Malala é uma das principais ativistas mundiais que defendem o direito de todas as meninas à educação. Seu trabalho humanitário a levou a diversas partes do mundo onde esse direito é ameaçado.

No dia 28 de março, ela voltou ao Paquistão pela primeira vez desde que sofreu o ataque dos talibãs há seis anos. Cercada por um forte esquema de segurança, ela visitou o Vale do Swat por apenas poucas horas.

“Quando eu não voltei para casa da escola naquele dia em 2012, minha mãe se perguntou se eu um dia veria meu quarto de novo, se ela um dia teria um momento quieto com sua filha em nossa casa”, disse. “Ver-me ali deixou minha mãe tão feliz. Ela disse: ‘A Malala deixou o Paquistão com os olhos fechados, agora ela retorna com os olhos abertos’.”

Prêmios
A paquistanesa foi a pessoa mais jovem da história a receber um Nobel. A jovem foi escolhida pelo comitê organizador em 2014, quando tinha 17 anos, e dividiu o prêmio com o indiano Kailash Satyarthi.

Ainda ganhou uma série de prêmios, como o Prêmio da Paz para a Infância, o prêmio Anna Politkovskaya, o Prêmio Sakharov de Direitos Humanos do Europarlamento, todos em 2013, e a Medalha da Liberdade, do Centro Nacional Constitucional, dos EUA. Em 2017, ela recebeu cidadania honorária canadense das mãos do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. Também foi a pessoa mais jovem a receber a honraria, oferecida a nomes como Nelson Mandela e ao Dalai Lama, e a discursar para membros do Parlamento e senadores canadenses em uma sessão conjunta.

Malala posta com os pais e os irmãos no jardim da casa em que a família morava no Vale do Swat, no Paquistão, até outubro de 2012, quando ela sofreu uma tentativa de assassinato por parte do Talibã (Foto: Reprodução/Twitter/Malala)

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