Jornada em Defesa do Direito à História da Gente Negra

A luta pela liberdade acompanhou toda a vigência da escravidão e se estendeu ao pós-abolição, período que alcança os dias atuais. As fugas, a formação dos quilombos e a rebeliões expressam algumas das múltiplas formas da resistência protagonizada pela gente negra escravizada. Ao mesmo tempo, muitos foram os caminhos que levaram à formação da maior população de homens e mulheres negras livres e libertas das Américas já no início do século XIX.

No final dos anos 1860, o Brasil, junto com Cuba e Porto Rico, resistia em preservar o escravismo. A saída conservadora materializou-se na tentativa da abolição gradual por meio da Lei do Ventre Livre (1871) e da Lei dos Sexagenários (1885). .
Com efeito, na década 1880, o movimento abolicionista ampliou sua força, recrutando diversos grupos sociais de tendências diversificadas. Afora a adesão de parcela do parlamento, as lutas abolicionistas ganharam corações e mentes por meio dos jornais, entre as classes médias urbanas e associações de trabalhadores livres pobres, bem como se somou à resistência escrava.

Por esses e outros motivos, não podemos reduzir o processo da abolição à assinatura da lei e à figura de uma princesa redentora, nem ao resultado da ação isolada de abolicionistas dos centros urbanos. Mesmo reconhecendo a ação central de lutadorXs negrXs livres em defesa de seus semelhantes como Maria Firmina dos Reis e Luiz Gama, que defenderam projetos de abolição que se comprometessem positivamente com os destinos da população negra numa sociedade sem escravidão.

O que veio depois foi o desdobramento dessas trajetórias individuais e coletivas que demonstram que nossos passos vêm de longe.

Desse modo, o 13 de Maio é uma data que nós da Rede de Historiadorxs Negrxs aproveitamos para rememorar as lutas coletivas negras pela liberdade e a cidadania ao longo dos séculos e em diferentes pontos do planeta. Assim, ao longo deste dia, a partir das 9h, defenderemos o direito à história da gente negra Brasil, no continente africano e em outros pontos da Diáspora Negra, compartilhando os resultados de nossas pesquisas!

Programação

9h: Abertura/Esquenta
9h30: Álvaro Nascimento – Do 13 de maio ao 20 de novembro: trajetórias de pesquisa.
10h30: Marilea Almeida – Devir quilombola: práticas antirracistas de mulheres nos quilombos contemporâneos. @marileaalmeida
11h: Bethânia Pereira – Revolução Haitiana – @betsreloaded
11h30: Edinelia Souza – Corpo, memória, imaginário: experiências, trajetórias e assunção de voz feminina no Atlântico Negro
12h:Jéssica Rosa ‘Cidadania e Imprensa em São Tomé e Príncipe (1920)’
12h30: João Paulo Lopes- História negra nos jornais negros paulistanos – @joao.do.caminhao
13h:A eloquência do silêncio: a produção de invisibilidade sobre a população negra nas narrativas de memória e história das cidades – Belo Horizonte @josemeire.a
13h30: Jonatas Ribeiro-Associativismo negro em Minas Gerais @yaya.massemba
14h: Carina Santiago dos Santos. A educação das relações étnico-raciais e o ensino de História. @carinasantiago83
14h30: @⁨Iraneide⁩ – “É PRETA, É PRETO EM TODO CANTO DA CIDADE: história e imprensa na São Luiz/MA da primeira metade do sec. XIX.”
15h: Roberto dos Santos. Imprensa Negra Carnavalesca: artefato cultural sem bombacha. @professorotrebor
15h30: Martha Rosa Figueira Queiroz..NEGRITOS. Imprensa Negra Contemporânea @negritosimprensanegra
16h: Danilo Luiz Marques
Resistência Escrava em Alagoas (século XIX)
16h30: Alessandra Tavares. Assunto: escolas de samba como movimento negro, no Rio de Janeiro.
17h: Willian Robson S. Lucindo wrsl0202 Assunto Festas de 13 de Maio em clubes negros do interior paulista
17h30: Fernanda Oliveira @fe_oliver Assunto: Clubes Negros no Sul do Brasil e no Uruguai
18h: Júlio César da Rosa, Associativismo Negro em Santa Catarina. @juliusdarosa
18h30: Professora Sherol dos Santos. Assunto: Ensino de História e ERER @negasherol
19h: Ana Flavia Magalhães Pinto e Flávio Gomes – Disputas de Narrativas e o Direito à História (Retransmissão ABPN)
20h: Yaci Maia Mata e Silvio Humberto – Festa e Protesto no Pós-Abolição (Retransmissão @laboratorio_de_estudos)21h: Taina Aparecida Silva Santos – Raça, gênero e trabalho em Campinas – século XIX – @prettaina
21h30: Aderivaldo Ramos de Santana – O Estrangeiro no terreiro: Albert Camus e o Teatro Experimental do Negro (1949). 70 anos da primeira representação da peça Calígula no Brasil. @derisantana
22h: Silvane Silva – O protagonismo das Mulheres nas Lutas por Direitos em Comunidades Quilombolas de São Paulo.
22h30: Claudia Daiane Garcia Molet (@daianemolet) “Eu aprendi de geração em geração”: a fé no Litoral Negro do Rio Grande do Sul.
23h: Alba Salatino – O papel das comissões de Heteroidentificação para assegurar o acesso à educação. @albacristinasalatino
23h30: Douglas Belchior – @negrobelchior
0h: Douglas Belchior – @negrobelchior
0h30: Encerramento

 

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