PL que determina a retirada de estátuas de escravocratas em espaços públicos é apresentada na Bahia

Enviado por / FonteA Tarde

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) recebeu projeto de lei de autoria do deputado Hilton Coelho (PSOL) que determina a retirada de estátuas, monumentos, placas, ou toda e qualquer outra forma de homenagem ou valorização de figuras históricas que estiveram ligadas ao comércio escravagista com a África.

Deve ser feita a retirada dos prédios, espaços públicos, ruas, rodovias, viadutos e logradouros, e de toda e qualquer obra ou bem público do Estado da Bahia. Essas peças serão encaminhadas para um Museu estadual criado para este fim e também previsto no projeto de lei.

De acordo com o projeto uma comissão elaborará relatório acerca dos principais personagens históricos que contribuíram para a escravização humana no Brasil, no período de 1500 a 1888. Identificará, também, a localização das peças que se refiram a tais personagens históricos. “Com a aprovação de nosso projeto, fica proibida a atribuição de nomes d e tais personagens, bem como de qualquer outra figura pública que tenha contribuído, direta ou indiretamente, para a escravização humana, em todo o Estado da Bahia”, detalha o parlamentar.

O deputado lembra que “o projeto prevê a criação do ‘Museu da História da Escravidão e Invenção da Liberdade’, na região portuária de Salvador, para onde serão destinadas as peças retiradas. Ele terá uma seção educacional, com visitas guiadas para estudantes do ensino médio da rede pública estadual, onde as peças serão contextualizadas adequadamente, permitindo a compreensão sobre o tráfico de africanos e a escravização de seus descendentes. Terá espaço para intervenções artísticas que se relacionem com o objetivo do equipamento, a conscientização e reflexão sobre os males causados pelo comércio atlântico de africanos escravizados e seus impactos na sociedade brasileira contemporânea”.

“O Brasil foi erguido em cima do sangue, suor e trabalho forçado de milhões de mulheres e homens escravizados desde 1500, quando os portugueses invadiram o território. Durante o período que se seguiu até a abolição da escravatura, estima-se que aproximadamente cinco milhões de seres humanos foram trazidos da África para o país. Os sobreviventes foram forçados a trabalhar nas plantações de cana de açúcar durante as primeiras décadas da escravidão no Brasil. Nossa proposta baseia-se nas grandes mobilizações nos Estados Unidos que se seguiram em especial após o assassinato de George Floyd. Nada mais justo que a Bahia esta reparação histórica. O Museu para da História da Escravidão e Invenção da Liberdade, não poderia deixar de ser localizado em Salvador, considerada a cidade mais negra fora da África”, conclui Hilton Coelho.

+ sobre o tema

Como eu dominei o vento – William Kamkwamba

Para ler por em portuges escolha subtitulos em português Obrigado....

Trabalhadora que era modelo no Haiti denuncia padaria de Cuiabá

Os sete meses em que trabalhou como operadora de...

‘Brasil em Constituição’: liberdade religiosa é um direito garantido a todos os brasileiros

Na série especial de reportagens sobre a Constituição, o Jornal Nacional vai...

para lembrar

Miss Brasil 2016 fala do medo de participar do concurso por ser negra

Raissa Santana lembrou da expectativa de quando participou da...

Homenageando Mário de Andrade, Mocidade Alegre é a grande campeã do Carnaval de São Paulo

A Mocidade Alegre levou pela segunda vez consecutiva o título de grande...
spot_imgspot_img

Clara Moneke: ‘Enquanto mulher negra, a gente está o tempo todo querendo se provar’

Há um ano, Clara Moneke ainda estava se acostumando a ser reconhecida nas ruas, após sua estreia em novelas como a espevitada Kate de "Vai na...

Juçara Marçal e Rei Lacoste lançam o Amapiano “Sem contrato”

A dupla Juçara Marçal (Rio de Janeiro) e Rei Lacoste (Bahia) lançam nesta sexta-feira (26) o single “Sem Contrato” nas principais plataformas digitais e...

50 anos de Sabotage: Projeto celebra rapper ‘a frente do tempo e fora da curva’

Um dos maiores nomes no hip hop nacional, Sabotage — como era conhecido Mauro Mateus dos Santos — completaria 50 anos no ano passado. Coincidentemente no mesmo ano...
-+=