Estudantes usam a arte como instrumento de combate ao racismo

Os estudantes do Colégio Estadual Severino Vieira, no bairro de Nazaré, em Salvador, montaram um ateliê para, por meio de ataduras e gesso, abordar o preconceito racial. Como uma etapa do projeto, eles modelaram máscaras do próprio rosto que estão expostas na Galeria de Arte do Colégio. O objetivo é também o de envolver a comunidade estudantil nesta reflexão sobre discriminação e o respeito às diferenças.

Do Estudantes

Foto: San Jacinto College

“A partir do momento que eles se veem, abrimos a discussão sobre racismo”, professora Conceição Lima

A professora de Arte-educação, Conceição Lima, diz que a iniciativa mexe com a autoestima dos estudantes. “Com este trabalho, estimulamos, nos estudantes, a sua autoestima e o resgate de sua identidade, abrindo o debate sobre o racismo e mostrando-lhes que somos todos iguais; as diferenças são de personalidade e traços físicos”, ressalta.

A professora Conceição Lima conta que a confecção das máscaras é sempre um processo lúdico de “grande impacto” para os alunos. “À medida que eles vão moldando os seus rostos, sentem os seus traços físicos e vão ganhando confiança, autoestima. A partir do momento que eles se veem, abrimos a discussão sobre racismo, com o objetivo de desarmar os olhares preconceituosos da sociedade”, analisa.

Depois de as máscaras prontas, a professora pede para que cada aluno identifique a sua representação, em meio a todas as máscaras expostas. “Eu mesma não me achei de imediato e isso nos fez refletir sobre o fato de que somos todos iguais. O estranho é o preconceito de cor”, considera a estudante Tamires Santos, 14 anos, 8ª série. A colega Camila Castro, 14 anos, conta que, também, teve dificuldades para encontrar a sua máscara no meio de tantas. “Isso mostra que somos humanos semelhantes e, por isso, temos que combater a discriminação e o racismo”.

A estudante Camila confirma: “É muito interessante este trabalho porque, a partir dele, abrimos novos olhares para um tema que é parte do nosso cotidiano, que é o preconceito racial”. Tamires completa: “Temos que lutar contra o racismo porque somos a maioria formada por negros e ainda somos discriminados. Um projeto legal, como este, nos desperta para o combate de situações que não são positivas”.

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