A DANÇARINA
Marten Vanden Abeele (foto). A Sagração da Primavera. Tansztheater Wuppertal. Música: Igor Stravinski. Coreografia: Pina Bausch. 1975
Gert Weigelt (foto). Regina Advento em Ein stück von Pina Bausch. Tanztheatr Wuppertal. Coreografia de Pina Bausch. 2008.
Francesco Carbone (foto). Regina Advento e Michael Strecker em Rough Cut. Coreografia: Pina Bausch. Tanztheater, Wuppertal. 2005
Laurent Paillier (foto). Sweet Mamb. Coreografia: Pina Bausch. Tanztheater Wuppertal. 2009
A CANTORA
Café Ada. Wuppertal, Alemanha
DIVULGAÇÃO
Café Ada. Wuppertal, Alemanha. 2008
Regina Advento tem uma trajetória curiosa. Negra, seu primeiro trabalho de destaque foi com o Grupo Corpo. Regina Advento participa, desde 1995, de todas as grandes produções da companhia de Pina Bausch e já recebeu vários prêmios internacionais como melhor bailarina.
Em comentário sobre a peça Mazurka de Fogo, em 2001, a crítica Deborah Jowitt, do Village Voice (“Dance”), diz que a encantadora Advento desfila como uma doce rainha da beleza
Regina também fez a abertura de Agua coreografia de Pina Bausch de 2001, em 2006, fez em São Paulo a estreia de Trilha dos Sonhos – Traumpfade, sua primeira experiência como coreogra da qual também é solista.
Regina trabalhou com o Grupo Corpo, de Belo Horizonte, de 1984 a 1990, quando, depois de uma audição no Rio de Janeiro, foi convidada a se juntar ao grupo de Pina Bausch. Começou pelo Folkwang TanzStudio, dirigido pela coreografa numa escola de Essen. Em 1995, foi contratada para o elenco principal do Tanzthetar Wuppertal.
Filha de um pedreiro, nascido no morro da capital mineira, em 1965, contou, em entrevista a revista Veja, que, por ser negra, sofreu discriminação no inicio da carreira e nos primeiros tempos na Alemanha, onde chegou a ser agredida na rua. Logo, porém, passou a ser respeitada principalmente depois que passou a falar alemão ” o suficiente para não levar desaforo para casa”.
A coreógrafa alemã Pina Bausch, considerada uma das artistas mais famosas e revolucionária da dança moderna, morreu nesta terça-feira, 30 ( junho de 2009), aos 68 anos, informou o Tanztheater Wuppertal, onde construiu boa parte de sua carreira. Recentemente, foi diagnosticado um câncer na coreógrafa.
“Pina Bausch morreu na manhã desta terça-feira, 30, no hospital, de uma morte repentina e rápida, cinco dias após receber o diagnóstico de um câncer”, disse a porta-voz do teatro Wuppertal, Ursula Popp, em um comunicado.
Segundo Popp, Pina foi internada no hospital para fazer exames, devido a um estado de fatiga intensa, e “não saiu de lá”, disse.
No domingo, ela esteve em cena com sua companhia, fundada por ela em 1973, e que influenciou dançarinos do mundo inteiro. Quando saiu pela última vez para receber a grande ovação do público que a aplaudiu de pé, ninguém sabia que se tratava de sua despedida definitiva. Ela viria ao Brasil novamente em setembro, na programação da Temporada de Dança do Teatro Alfa.
Estilo
Nascida em Solingen, no oeste da Alemanha, em 27 de julho de 1940, Pina foi a criadora de novas formas e estilos no teatro de dança, nos anos 70, que dez anos depois chegou a ter a mesma importância que o teatro dramático na Alemanha.
Iniciou sua formação como bailarina em 1955 na recém fundada Folkwangschule de Essen, criada e dirigida por Kurt Joos. Em 1959, se mudou para os EUA, onde ficou três anos estudando e passou pela conceituada escola de dança norte-americana Juilliard. Ao voltar para a Alemanha, em 1962, começou uma carreira brilhante que supunha uma revolução no teatro de dança.
Pina Bausch esteve no Brasil cinco vezes, e uma de suas coreografias que marcou e comoveu a plateia foi Cravos, apresentada no Teatro Municipal do Rio, quando o teatro foi coberto por mais de 7 mil cravos, em 1997. Dez anos depois, voltou ao Teatro Alfa, para apresentar a coreografia Água, inspirada no Brasil, e que contava com duas brasileiras participando da companhia, Regina Advento e Ruth Amarante.
Sua última produção havia estreado apenas duas semanas atrás no Wuppertal e buscava uma introspecção no passado do Chile através de uma dança lenta e uma música melancólica. A obra é uma produção de Pina com o Teatro Santiago a Mil e o Instituto Goethe. Pina era casada com um chileno, Ronald Kay.
A peça foi muito bem recebida pela crítica alemã, que viu ressurgir a potencia criativa da coreógrafa, a quem acusaram nos últimos anos de cair na mesmice.
Entre as obras mais conhecidas de Pina estão Adágio – cinco canções de Gustav Mahler (1974); Os Sete Pecados Capitais (1976), uma coreografia baseada em músicas de Kurt Weil e textos de Bertold Brecht; Vem, Dançar Comigo (1977) e Danzón (1995).
Planos
Pina Bauch disse recentemente que tinha muitos planos, entre eles, o de realizar um filme sobre seu trabalho junto com seu amigo e diretor de cinema Wim Wenders.
“Estou desconsolado, porque havíamos decidido realizar nosso velho plano tarde demais”, disse Wenders após saber da sua morte. O cineasta destacou que o trabalho artístico de Pina Baush era algo “único” que “enriqueceu e refletiu o nosso tempo como poucos outros.”
PARA SABER MAIS
LIVRO
Fábio Cypriano. Pina Bausch. São Paulo, CosacNaify, 2005
REPORTAGEM
História de vida. Regina Advento, a bailarina do Brasil que ganhou o mundo. Marie Claire, Ed. 127, outubro 2001
NA INTERNET
www.hollywood.com/…Regina_Advento/1679437
www.achanoticias.com/noticia.kmf?noticia
www.tanz nets.de/en/kritika.phtml?page…
______________________________________________________________________
Pesquisa e seleção de imagens: Carlos Eugênio Marcondes de Moura
Imagens obtidas em Google Imagens