A construção da identidade da Mulher Negra na poesia de Elisa Lucinda

A nossa escrevivência não pode ser lida como história para “ninar os da casa-grande” e sim para acordá-los de seus sonos injustos.

(Conceição Evaristo)

por Douglas Rodrigues de Sousa1

A poesia é uma das mais antigas formas de expressão lírica da humanidade, atravessando milênios e sempre atingindo uma renovação na temática motivada pelos sujeitos de cada época que as compõem. De acordo com cada tempo, com as relações engendradas em cada sociedade, ou mesmo de como se dá ou se davam as tramas amorosas e as cabeças dos amantes, a poesia sempre esteve presente. Para Konder (2005, p. 14) “a poesia tem trazido para os homens elementos sensíveis preciosos para eles se conhecerem melhor, para um incessante descobrimento – e uma constante invenção – de si mesmos”.

Dessa forma, a poesia, além de possuir um caráter de expressão artístico, da palavra manifestada na forma de arte, também, como sugere Konder, funciona como uma forma de descobrimento e de invenção de nós próprios. Desse descobrimento e invenção de nós próprios, como acima sugere Konder, temos para alguns segmentos essa utilização da palavra mais que um simples objeto artístico ou de lirismo que venha a acalentar os ouvidos dos leitores comuns. Mas de uma poética subversiva, valente e destemida que ousa bradar contra os preconceitos e discriminações que a mulher negra sofre, herdados desde um passado colonial e que persistem ainda nas estruturas presentes da sociedade atual. É o que se pode dizer da poesia negra, que se utiliza de todo o recurso poético para expressar e combater as diversas formas de preconceito, espoliação, discriminação e estereótipos que determinados segmentos de nossa sociedade enfrentam em seu cotidiano.

 

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Fonte: Telumb

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