A favela não venceu

O exemplo de sucesso como mensagem de opressão

Por Startup da Real, no Medium

Favela da Maré. (Foto: Getty Images/AFP/V. Almeida)

Você talvez não tenha ouvido falar de Margareth Teixeira, 17 anos.

Mãe de um filho de 1 ano e 7 meses, a jovem estava na sétima série do ensino fundamental. Seu sonho de sucesso era ter uma casa própria e passar no concurso da polícia militar.

Ex-moradora de Duque de Caxias, Margareth tinha medo de morar na Favela do Quarenta e Oito, em Bangu.

No dia 13 do último mês, a jovem foi morta com 10 tiros de fuzil, seu filho estava no colo quando foi baleada. A criança foi ferida de raspão na cabeça e no pé. Margareth Teixeira estava indo encontrar o marido na igreja.

A jovem foi mais uma das vítimas das operações da polícia militar do Rio de Janeiro que, só este ano, já matou mais de mil pessoas.

A polícia militar mata 1 pessoa a cada 5 horas no Rio de Janeiro, sendo responsável por 30% das mortes violentas na cidade.

É impossível ver alguém comemorando uma vitória pessoal, dizendo que a favela venceu, sem lembrar de casos como esse.

A favela não venceu. E pior ainda, está ficando cada vez mais difícil para a favela vencer.

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