A ”papa-ouros” chegou: Simone Biles brilha e brigará por cinco títulos no Rio

Aos 19 anos, fenômeno dos Estados Unidos confirma expectativa e tem atuação de gala na classificatória da ginástica, liderando em três aparelhos e no individual geral

por Amanda Kestelman, João Gabriel Rodrigues e Marcos Guerra, do Globo Esporte 

Guarde esse nome: Simone Biles. Você vai ouvir falar dela nas próximas semanas e, muito provavelmente, nos próximos anos. Se trata de uma gigante de apenas 1,45m que talvez tenha tido a atuação mais impressionante desde a abertura dos Jogos do Rio de Janeiro. Uma ginasta que tem técnica, talento e soma uma tranquilidade impressionante. Em sua estreia olímpica, confirmou a enorme expectativa que foi criada ao seu redor. Sem sentir pressão alguma, ainda brindou a torcida com sua série de solo ao som de música brasileira: Mas Que Nada, de Sérgio Mendes. E Simone, mais do que nunca, se reafirmou como candidata a ”papa-ouros” da ginástica artística.

A americana se credenciou na briga por cinco medalhas durante a classificatória deste domingo. E a chance de ouro, em todas, é bem grande. Disputará a final por equipes, individual geral, solo, trave e salto. Avançou com as melhores notas e somou 60,366 nos quatro aparelhos. O time americano também passou como mais forte.

– Estou muita feliz por ter ficado calma. Não deixei os nervos me pegarem, mesmo no último aparelho e com todos olhando para mim. Quando cravei a saída, fiquei muito feliz e pensando: ”Estou na final olímpica” – celebrou a jovem.

Desde cedo, as melhores ginastas do mundo passaram pela Arena Olímpica da Barra. Mas nenhuma chegou perto do nível apresentado por Simone, que já tem 10 ouros em Mundiais só nos últimos três anos. Não é por acaso que parte de opinião pública a aponta como uma das melhores de todos os tempos. A Olimpíada é sua provação pessoal.

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Simone Biles faz a acrobacia que leva seu nome no solo. DAVID RAMOS GETTY IMAGES

– Tem sido uma jornada incrível até aqui. É muito emocionante.Estou muito honrada de estar aqui e competir pelos Estados Unidos. Acho que hoje deixamos todos orgulhosos. Não acho que poderia pedir algo melhor (…) A torcida também foi incrível. Sempre que nos apoiam assim, ajuda muito – completou Biles.

Simone abriu a disputa soberana no solo, prova da qual é tricampeã mundial. No aparelho em que os ginastas costumam a cair para os nervos, parecia flutuar. A dúvida é como consegue executar e cravar a chegada com perfeição mantendo só o sorriso aberto. A expressão é de quem não tem medo de errar. Porque dificilmente vai errar. A nota de 15,733 a leva à final do aparelho como a melhor da classificatória. Até aí, nenhuma novidade.

O salto veio para reforçar suas credenciais. Sabe aquela prova em que a ginastas voam sobre uma mesa e enfrentam grande dificuldade de cravarem a chegada? Então, Simone fez isso duas vezes e depois de movimentos de dificuldade alta. Não por acaso foi a única ginasta a tirar nota acima de 16 pontos em toda a classificatória dos Jogos Olímpicos. Mais uma final e mais uma medalha quase certa para a americana.

Mas toda ginasta tem aquela prova que mais curte e a que mais tira seu sono. Simone tem como seu calcanhar de aquiles as barras assimétricas. Por isso, não coloca muita dificuldade. Mesmo assim, não fez feio na apresentação. A nota de 15,000 soma bem para o individual geral. No entanto, esse será o único aparelho em que não disputará pódio. Um respiro para as rivais.

Simone encerrou a classificatória na trave. No aparelho, tem dois ouros e um bronze em mundiais. Quando chegou o momento de sua apresentação, não havia nenhuma outra ginasta se apresentando. Assim, todos os olhares estavam voltados para ela. O ginásio inteiro aplaudiu de pé sua performance precisa, segura e com uma saída cravada. A nota de 15,633 a colocou como líder – de novo – do aparelho e também do individual geral.

A final por equipes será na terça-feira. Na quinta, Simone busca o ouro no individual geral. As finais por aparelhos, por sua vez, serão disputadas entre os 14 e 16 de agosto.

 

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