Aclamada autora feminista negra, bell hooks morre aos 69 anos

Enviado por / FontePor Fhoutine Marie, de Delas

Reconhecida internacionalmente, bell hooks era considerada um dos maiores nomes do feminismo negro do mundo

A escritora feminista negra bell hooks  morreu hoje (15), aos 69 anos. A intelectual norte-americana já estava doente há algum tempo e faleceu em sua casa, em Berea, cercada de parentes e amigos. A passagem de bell hooks foi divulgado por sua sobrinha Ebony Motley, em um comunicado à imprensa. 

Glória Jean Watkins (seu nome de registro) nasceu em 25 de Setembro de 1952, em Hopkinsville, Kentucky, quarta filha entre 7 irmãos. O nome “bell hooks” foi inspirado na sua bisavó materna, Bell Blair Hooks. A letra minúscula é um posicionamento pessoal da autora que busca dar enfoque ao conteúdo da sua escrita e não à sua pessoa.

Seu primeiro livro “E eu não sou uma mulher? Mulheres negras e feminismo” foi publicado em 1981. Ao longo de sua carreira ela publicou mais de 40 livros, incluindo ensaios, poesia e livros infantis. Entre os temas tratados em sua obra destacam-se feminismo, racismo, cultura, papeis de gênero, amor e espiritualidade. 

Mestre em Língua Inglesa pela Universidade de Stanford e doutora em Literatura pela Universidade de Winsconsin, bell hooks chegou a frequentar escolas segregadas na infância. Em 2004, a autora retornou ao seu estado natal, Kentucky, para lecionar na Universidade de Berea. Em 2010, a instituição abriu o Instituto bell hooks, que abriga sua coleção de arte afro-americana, objetos pessoais e cópia de livros publicados em outros idiomas. O acervo já foi visitado por feministas históricas de jovens, como Gloria Steinem e Emma Watson.

Leia também:

Descolonizar escola, nova batalha de bell hooks

Bell Hooks: Por uma pedagogia interseccional

+ sobre o tema

Ato de despedida das companheiras Rosangela Rigo, Lurdinha Rodrigues e Célia Maria Escanfella

Você é nosso/a convidado/a para a homenagem a essas...

Fica triste pela morte de Muhammad Ali, mas é racista no Brasil

Precisamos de mais pessoas como Muhammad Ali. Por conta da...

Morre em Salvador a atriz Auristela Sá do Bando de Teatro Olodum

A atriz baiana Auristela Sá, do Bando de Teatro...

Friburgo perde o músico Nego Dé para a Covid-19

Morreu neste domingo, 3, o músico André Henrique de...

para lembrar

bell hooks: 4 livros para conhecer o trabalho da ativista e feminista negra

Na última semana o mundo perdeu uma personalidade importante...

Resenha: A visão revolucionária de Angela Davis

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Candiani, Heci Regina....

O feminismo em África

O que é o feminismo na África? O feminismo...

Guerreiro Ramos: o personalismo negro

A recuperação do pensamento e da trajetória do sociólogo...
spot_imgspot_img

Conceição Evaristo, a intelectual do ano

Quando Conceição Evaristo me vem à memória fico feliz, não importa a situação. Aliás, justamente em horas em que estou estressada a visita dessa...

A tese de Sueli Carneiro

A questão racial é o ponto cego da consciência nacional. O racismo constitui a herança mais degradante e perversa de nossa história pré-republicana. Não...

Não iluda os alunos negros

Uma civilização que se revela incapaz de resolver os problemas que o seu funcionamento suscita é uma civilização decadente. Uma civilização que prefere fechar...
-+=