Afro-bolivianos

Afro-bolivianos são bolivianos de ancestralidade africana.  O termo também se refere a elementos históricos ou culturais, presentes na Bolívia, e que se supõe emanar daquela comunidade.  Pode-se reportar-se à mescla de elementos culturais africanos ou a outros elementos encontrados na sociedade boliviana, tais como a religião, a música, a língua, as artes e a cultura de classe.

História da escravidão na Bolívia

Em 1544 os conquistadores espanhóis descobriram minas de prata na cidade hoje denominada Potosí, situada no sopé do Cerro Rico, na Bolívia.  Quase imediatamente começaram a escravizar os indígenas para trabalharem nas minas.  No entanto a saúde dos indígenas que ali trabalhavam estava se tornando muito precária, motivo pelo qual os espanhóis começaram a procurar novos contingentes para servir como mão de obra.  No início do século dezessete os proprietários das minas começaram a trazer escravos africanos em grande número para trabalhar nas minas, ao lado de indígenas que se mantinham saudáveis.

As condições nas quais os escravos tinham de trabalhar eram horríveis.  Eles não sobreviviam mais do que seis meses.  Potosí encontra-se a uma altitude de aproximadamente 4.200 metros, o que faz dela a cidade mais alta do mundo.  Os escravos, naturalmente, não estavam acostumados a trabalhar naquelas condições.  Suas vidas também eram abreviadas devido às emanações tóxicas provenientes das fundições, além dos vapores de mercúrio que eles inalavam.  Além disso, eles tinham de trabalhar na escuridão, durante cerca de quatro meses.  Quando finalmente saíam das minas, tinham de colocar uma venda nos olhos, para os proteger da luz do sol, que não haviam visto durante muito tempo.

Embora se exigisse que os indígenas e africanos maiores de 18 anos trabalhassem mas minas durante doze horas extenuantes, jovens mais novos também eram compelidos a trabalhar nelas.  Trabalhavam menos horas, mas ainda assim eram expostos aos gases tóxicos, ao asbesto, a potenciais desmoronamentos das galerias e às explosões.  Calcula-se que oito milhões de indígenas e africanos morreram devido a essas terríveis circunstâncias, a partir de 1545, quando os espanhóis puseram os indígenas para trabalhar, e até 1825, no final do período colonial.  Esse período certamente se caracterizou como o pior de todos, no que se refere ao abuso dos direitos humanos por parte dos colonizadores Europaus.

O modo pelo qual os espanhóis combatiam as mais do que precárias condições dos escravos na mina era fazê-los mascar folhas de coca.  Esta, que acabaria por tornar-se elemento muito importante da cultura boliviana, é um produto agrícola consumido na Bolívia, mas também pode ser processado, resultando na cocaína.  Ao mascar as folhas de coca, os escravos tinham os sentidos amortecidos e podiam enfrentar o frio, além do que se atenuava a sensação de fome.

Yungas

Região dos Yungas, de grande concentração populacional afro-boliviana
Região dos Yungas, de grande concentração populacional afro-boliviana

Após sua emancipação, no século 19, os afro-bolivianos se estabeleceram numa região denominada Yungas.  Situada ao norte, não muito longe de La Paz, é ali que se cultiva a maior parte da coca do país.  Em locais dos Yungas tais como Coroico, Mururata, Chicaloma, Calacala-Coscomo e Irupana habita um grande número de bolivianos de ancestralidade africana.  Antes que fossem para lá, os Yungas eram habitados sobretudo por indígenas aymara, que constituem cerca de 25% da população indígena da Bolívia, e que juntamente com os indígenas quechua são a maioria da população do país.  Lá também havia mestiços, descendentes de Europaus e indígenas.  Há uma crença segundo a qual os indígenas achavam a pele escura mais atraente e por isso se impressionaram com a pele dos africanos, quando eles começaram a chegar à Bolívia.  Por isso não é de surpreender que muitos afro-bolivanos se casassem com os Aymara, adotassem muitos de seus elementos culturais, tais como o estilo de vestir, e até mesmo se tornassem uma sub-cultura falante do aymara.

Embora esses afro-bolivianos fossem livres, ainda assim tinham de travar uma batalha difícil, quando se tratava de manter sua cultura.  Muitos dos elementos desta começaram a desaparecer, tais como as festas, a língua e a ligação com a espiritualidade.  Eles precisaram se opor com violência à agressão colonial e à exclusão, presentes na cultura pós-emancipação.  Um dos modos de se aterem a essa cultura se deu através de sua música e dança.

La Saya(música)

A maior influência africana sobre a cultura boliviana é a música saya ou la saya.  Ela cresce em popularidade na Bolívia, mas ainda é muito mal compreendida.  Ninguém, exceto os afro-bolivianos, parecem ser capazes de interpretá-la.  O motivo para essa falta de compreensão se deve ao fato de que a interpretação dos instrumentos, bem como o ritmo, é muito peculiar.  A saya envolve instrumentos andinos incorporados à percussão africana.  O instrumento básico é o tambor, herança dos ancestrais africanos, juntamente com chocalhos, maracas e até mesmo guizos amarrados à indumentária, na região do tornozelo.

Durante a apresentação da saya os afro-bolivianos usam indumentária ao estilo aymara.  As mulheres levam uma blusa multicolorida com feitas, uma saia igualmente multicolorida, chamada “pollera”, com uma manta nas mãos e um chapéu-coco.  Os homens usam um chapéu, camisa festiva, um cinturão ao estilo aymara, calças de lã, denominadas “calças de bayeta” e sandálias.

Cada ritmo da saya começa com a percussão de uma sineta por parte do Caporal, que guia a dança.  Ele, também denominado Capataz, guia os dançarinos e usa calças decoradas, com sinetas nos tornozelos e segura um chicote.  As mulheres, que têm seu próprio guia durante a dança, cantam, enquanto movem as cadeiras, sacodem as mãos e dialogam com os homens, que tocam tambor e um instrumento denominado coancha.

Os afro-bolivianos hoje

Embora a Bolívia possuísse a mais rica mina de prata do mundo no século 17, atualmente é o segundo país mais pobre da América do Sul.  A maioria dos bolivianos vive em áreas rurais, não têm condição de adquirir bens básicos e dependem da agricultura para sua sobrevivência.  Por este motivo, pode-se concluir que a condição dos afro-bolivianos também não é muito boa, já que muitos deles vivem sem eletricidade.  Por ocasião do referendo nacional, realizado em 2004 na Bolívia, verificou-se que os afro-bolivianos, bem como os indígenas, encaram a discriminação, desvantagens quanto à saúde, expectativa de vida, educação, renda, alfabetização e trabalham sob condições brutais.

Estimou-se que 25.000 afro-bolivianos vivem na região de Yungas.  Esta cifra, entretanto, pode estar errada, já que nem mesmo eles sabem qual é o número de sua população.  Uma coisa que se sabe, com certeza, é que os afro-bolivianos sentem orgulho de sua cultura e lutaram com o maior empenho para preservá-la.  Com efeito, na cidade de Mururata, os afro-bolivianos conseguiram manter sua cultura original durante muito tempo e até mesmo o descendente direito de um rei africano mora lá.  Não é apenas isto.  Eles também se empenham, no momento, em introduzir no ensino aulas de cultura africana para a juventude, na tentativa de manter sua herança africana.  O futuro dos afro-bolivianos é incerto, mas a presença da mãe África ainda se faz sentir na Bolívia. .[1]

 

LOS CAPORALES

LOS CAPORALES

LOS CAPORALES
LOS CAPORALES

Los hermanos Estrada Pacheco, creadores del baile, se inspiraron en las danzas, que presentaron los comunarios negros (afrobolivianos), de la región paceña. La actuación de los descendientes africanos (traídos a Bolivia en la época colonial), fue gestionada, por el empresario de espectáculos Alberto Pacheco, quien se entrevistó, con el “capo” de los comunarios de Tocaña, para pedir su consentimiento, de la actuación en la capital. De ahí, viene el nombre de “Caporales” y también la vestimenta original; ya que el “capo” vestía un buzo, blusa y sombrero de ala ancha, además tenía un machete y dos cascabeles en las botas, con los que anunciaba su presencia.

De esta manera fue que, el año 1969 se presentaron, por primera vez las expresiones afrobolivianas, en la ciudad de La Paz, causando una gran sensación al público citadino. Días más tarde, los hermanos Vicente y Víctor Estrada Pacheco, se reunieron junto a su tío, Alberto Pacheco, para dar vida a una nueva danza, la de los “Caporales”. La danza de los Caporales es una tradicional manifestación folclórica que representa a1 mulato, que al considerarse el preferido del patrón reniega a su raza y en función de capataz, controla la producción de Los cítricos y cocales en la zona de Los Yungas. Con látigo en mano, martiriza a peones negros, engrillados a cadenas que producen sonidos acompasados.

“El folklore es para indios”. Esa idea predominaba en gran parte de la sociedad boliviana a comienzos de los años 60. Entonces, las expresiones folklóricas se manifestaban casi clandestinamente en las calles de las laderas de la urbe paceña. Es precisamente en esos años que Víctor caminaba por las arterias de Chijini con parlantes y una surtida colección de discos de moda para amenizar fiestas juveniles. Claro, su pasión por las expresiones folklóricas —infundida por sus padres, reconocidos promotores del Gran Poder— provocaba que de rato en rato el adolescente incluyera en el repertorio musical alguna que otra ilustre morenada. “No gustaba…, la gente comenzaba a silbar al escuchar los primeros acordes”, recuerda sonriente.

Pero más que la música, la obsesión de Víctor, sus hermanos y un grupo de amigos del barrio Chijini eran las danzas folklóricas, en especial las autóctonas, que por esos años eran muy poco conocidas. Con el característico ímpetu juvenil, los jóvenes formaron un cuerpo de baile que se presentaba en peñas y teatros con las danzas del k’usillo, kullawada y kallawaya. Pero no fue hasta la presentación de los negros de Tocaña —a fines de los 60, en La Paz— que la familia Estrada Pacheco decidió arriesgarse e inventar una nueva danza, inspirada en la vestimenta y la música de los afrobolivianos.

Ver também

 

Ligações externas

 

Notas

  1. ^ Afro-Argentina & Bolivia

Diáspora africana

Américas

Argentina · Belize · Bolívia · Brasil · Canada (Black Nova Scotians) · Caribe · Colômbia · Chile · Cuba · Costa Rica ·Equador · Guiana · Jamaica (Jamaican Maroons) · América Latina · México · Peru · Puerto Rico · Trinidad & Tobago ·Estados Unidos (Imigrantes africanos – Crioulos Afro-Seminole -´Indígenas negros nos Estados Unidos – Seminole negros) – Uruguai

Ásia

· Sri Lanka – Paquistão e Índia

Europa

France (França (americanos afro) – Alemanha –Irlanda- Itália – Polônia – Portugal – Rússia – Turquia – Reino Unido (americanos afro – Migração africana – comunidade afro-caribenha)

Oriente Médio

Abkhazia · Arabia · Iraqi · Israel

Oceania

Austrália · Nova Zelândia

 

Obitido de “http://en.wikipedia.org/wiki/Afro_Bolivian

Categories: Peoples of the African diaspora | Bolivians of Black African descent | La Paz Department, Bolivia

PARA SABER MAIS

http://en.wikipedia.org/wiki/Afro-Latin_American

www.afrobolivia.org.bo

www.cuentosafricanos.com

link: http://www.goear.com/files/external.swf?file=31ee448

Obtido de Wikipedia, la enciclopedia libre
Pesquisa de textos e seleção de imagens: Carlos Eugênio Marcondes de Moura

Imagens obtidas em Google Imagens

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