Antropólogo lança livro sobre políticas Públicas e ações afirmativas

O professor Dagoberto José Fonseca faz alguns comentários sobre as cotas raciais e as políticas públicas no Brasil

 

 

O professor de antropologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara, Dagoberto José Fonseca, lançou recentemente o livro ‘Políticas Públicas e Ações Afirmativas. Segundo o autor, o livro faz uma releitura mais aprofundada do processo histórico de colonização do Brasil. “Nesse livro, eu volto a Portugal para mostrar que a vinda de Colombo às Américas e a chegada de Cabral ao Brasil, não foi um simples acidente de percurso, mas sim um projeto de políticas públicas desenvolvido pela Coroa Portuguesa em busca da ampliação do seu Estado. Nesse aspecto, o processo de ampliação territorial de Portugal, faz com que o Brasil esteja inserido dentro do cenário de políticas publicas da antiga coroa portuguesa”, disse.

 

Discussões


Em duas edições ocorridas, nesse ano, no programa Canal Livre da Rede Bandeirantes, o cientista social, Demétrio Magnoli, faz várias críticas as instituições de ensino que utilizam o sistema de cotas raciais nos seus processos seletivos. Ele chega a acusá-las de tribunal racista. De acordo com Magnoli, a utilização do quesito cor na hora de avaliar um candidato é favorecer o negro, seja pobre ou rico e abandonar a raça errada, isto é, os brancos pobres. O professor Dagoberto disse que é contrário à opinião de Demétrio. “Para mim, o Demétrio representa uma pequena parcela da sociedade que é contra ao sistema de cotas. No entanto, eu vejo a sua opinião como um ponto de reflexão para a sociedade. Porque com atitudes como essa, faz aparecer um movimento que ficou muito tempo preso no armário, o movimento branco, não o movimento de brancos. Esse movimento que ficou muito tempo implícito, hoje, reaparece na figura do Demétrio, que não é nada mais que representante dessa “elite branca” que utiliza a situação criada por eles mesmos, isto é os brancos pobres, para justificar as suas posições contrarias aos sistemas de cotas e ações afirmativas. Uma coisa não justifica a outra”, enfatiza o professor que ainda ressalta que as políticas públicas brasileiras sempre tiveram um recorte racial, o qual durante toda a história excluiu os indígenas e os negros.

Fonte: Jornal Imparcial

+ sobre o tema

Movimento social prepara carta a Dilma em defesa de negros no governo

Dia 14 de Novembro, véspera do aniversário da Proclamação...

Inscrições abertas para o mapeamento de povos e comunidades tradicionais do Rio de Janeiro

Entidades interessadas em realizar mapeamento socioeconômico e cultural dos...

Homenagem a Marighella: Segunda, no Tuca; será exibido clipe dos Racionais

Nesta segunda-feira 3, às 18 h, será realizado no...

São Paulo reconhece 4 áreas de quilombos

As comunidades ficam em Eldorado, Iguape e Iporanga e,...

para lembrar

O despertar para a consciência negra e um convite à reflexão

Em novembro, aqui no Brasil, comemoramos o Dia da...

Famoso clube para negros dos anos 60, Aristocrata reabre em São Paulo e pode virar filme

O rapper Emicida planeja documentário sobre o local, símbolo...

Brasil deverá contar com mais um partido: o Frente Favela Brasil

O partido Frente Favela Brasil, após seu lançamento, obter registro...
spot_imgspot_img

João Cândido e o silêncio da escola

João Cândido, o Almirante Negro, é um herói brasileiro. Nasceu no dia 24 de junho de 1880, Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul....

Levantamento mostra que menos de 10% dos monumentos no Rio retratam pessoas negras

A escravidão foi abolida há 135 anos, mas seus efeitos ainda podem ser notados em um simples passeio pela cidade. Ajudam a explicar, por...

Racismo ainda marca vida de brasileiros

Uma mãe é questionada por uma criança por ser branca e ter um filho negro. Por conta da cor da pele, um homem foi...
-+=