A empresa foi recomendada a fazer alterações na composição da peça publicitária
02/03/2012 – O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) determinou na última quarta-feira (29) a alteração do anúncio da Devassa por concluir pela ocorrência de racismo, machismo e sexismo, entre outras infrações éticas, na composição da peça. A decisão foi comunicada à Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), que recebeu denúncias da sociedade civil organizada, incluindo a ONG Observatório Negro (PE), e encaminhadas ao Conar e ao Ministério Público.
Para o Observatório Negro, a decisão da Conar é uma vitória na luta pelo direito da imagem da mulher na mídia. “O reconhecimento da Conar que a propaganda da Devassa é uma violação aos direitos da imagem da mulher negra é de extrema importância. A partir deste momento não passará despercebido e nem será mais aceito esse tipo de publicidade.”, disse Ana Paula Maravalho, coordenadora do Observatório Negro.
A frase utilizada na peça associa a imagem de uma mulher negra à cerveja, reforçando o processo de racismo e discriminação que estão submetidas historicamente no Brasil. O processo foi encaminhado pela SEPPIR, que cumpriu os acordos internacionais de violações aos direitos das mulheres, a partir das denúncias referente à propaganda que divulgava a frase: “É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra. Devassa negra encorpada. Estilo dark ale de alta fermentação. Cremosa com aroma de malte torrado”. De acordo com o Conar, as infrações cometidas no anúncio encontram-se previstas em inúmeros artigos do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.
Fonte: Casa da Mulher do Norte