Após protestos, Preta Gil se posiciona sobre caso Vogue

Seguidores não apoiam a cantora que é acusada de “passar o pano” para a socialite

Da Catraca Livre 

Preta Gil (Foto: Lucas Lima/Universa)

Depois de longo silêncio, Preta Gil resolveu se posicionar, na última segunda-feira, 11, sobre o caso da festa da diretora da Vogue, Donata Meirelles, acusada de racismo.

Cobrada por seus seguidores, que queriam saber por que Preta Gil foi cantar no segundo dia da festa de comemoração de 50 anos da socialite, ela disse: “Como amiga, me sinto na obrigação de fazer o alerta, mas não abandonar. Fui cantar na segunda festa de Donata com amor e afeto. Eu creio que qualquer um, ao reconhecer um erro, mesmo sem intenção, dá um grande passo para a construção de um novo olhar e compreensão sobre algo que já deveria ter sido compreendido por todos, mas que ainda hoje infelizmente não é entendido”.

“Não é mimimi, é real, incomoda, mata e machuca. E precisamos cada vez mais de aliados para dirimir os danos causados pelo racismo. Tudo isso serve de aprendizado para todos! Não estava em silêncio, estava conversando, fazendo o que faço sempre, escutando a todos e a partir disso formando minha opinião. No meio disso, li inverdades e críticas vindas de todos os lados, enquanto nos atacarmos sem diálogo não há evolução”, disse à cantora que foi amplamente criticada nas redes sociais.

 

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O racismo é uma doença perversa que atinge a sociedade. E posturas, consideradas racistas e excludentes, foram naturalizadas ao longo dos séculos. Cada vez mais podemos falar sobre isso e desmitificar o preconceito que faz parte do cotidiano. A festa dos 50 anos de Donata, amiga que amo tomou conta das redes, não só pela grandiosidade do evento, mas pela escolha do receptivo vestido com roupas de baianas. Não estava na festa, mas ao tomar conhecimento das imagens, sabia que seria polêmico. Sou Preta, no nome e na pele. E cada vez mais busco me informar e saber como posso adotar uma postura antirracista e entender novos códigos que são latentes no mundo hoje. Em momentos assim, me sinto na obrigação de chamar meu amigo ou amiga e apontar o que considero errado e convidar para a construção de um novo debate sobre o tema. Como amiga, me sinto na obrigação de fazer o alerta, mas não abandonar. Fui cantar na segunda festa de Donata com amor e afeto. Eu creio que qualquer um, ao reconhecer um erro, mesmo sem intenção, dá um grande passo para a construção de um novo olhar e compreensão sobre algo que já deveria ter sido compreendido por todos, mas que ainda hoje infelizmente não é entendido. Não é mimimi, é real, incomoda, mata e machuca. E precisamos cada vez mais de aliados para dirimir os danos causados pelo racismo. Tudo isso serve de aprendizado para todos! Não estava em silêncio, estava conversando, fazendo o que faço sempre, escutando a todos e a partir disso formando minha opinião. No meio disso, li inverdades e críticas vindas de todos os lados, enquanto nos atacarmos sem diálogo não há evolução. PS 1: não estou fazendo militância seletiva porque não sou militante, mas nesse caso acho que se encaixa mais em Militância AFETIVA

Uma publicação compartilhada por Preta Gil 🎤 (@pretagil) em

Para os seguidores de Preta, o posicionamento da atriz foi brando e seletivo. Diversos internautas afirmaram que se o caso não tivesse acontecido com uma amiga, ela não teria “passado o pano”.

“Usar pessoas e símbolos de uma religião como decoração de festa não pode ser classificado apenas como um simples erro. É desumano, frio e chocante”, disse uma seguidora. Preta respondeu questionando quando ela teria dito que achou “bacana” a atitude da executiva da “Vogue”. Outro seguidor rebateu: “Preta Gil então sai de cima do muro! Se não achou bacana por que não falou no texto enrolador?”.

Crédito: Reprodução/Instagram@pretagil Discussão entre Preta Gil e seguidores

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