Artistas londrinos trocam protagonistas brancos por negros em cartazes como forma de protesto. Entenda!

Você ficaria surpreso ao ver um Doctor Who ou Harry Potter negro em uma publicidade no ponto de ônibus? As pessoas que caminhavam por Brixton, em Londres, notaram a existência de uma campanha fotográfica bem incomum: cartazes de grandes sucessos do cinema com seus conhecidos protagonistas brancos substituídos por atores negros. As imagens originais foram criadas para uma campanha do grupo chamado “Legalmente Negro” formado por quatro jovens ativistas que tem como objetivo combater a forma como os negros são retratados na mídia. As artes estão sempre acompanhados da frase: “Se você está surpreso significa que você não vê pessoas negras suficiente em papéis principais.”

Do Glamurama

Os cartazes criados pelo grupo Legally Black nos pontos de ônibus de Brixton, em Londres || Créditos: Reprodução Instagram

Apesar de aprovar as reações que os cartazes provocaram – viralizando no Twitter e Instagram- não foi o grupo Legally Black que os colocou nos pontos de ônibus. Os anúncios postados na conta do Instagram dos jovens foram usadas sem o conhecimento deles por outro grupo de ativistas, o Special Patrol Group, que resolveu apoiar a causa de uma forma, digamos, mais radical.

Os quatro jovens responsáveis pelos cartazes são Liv Francis-Cornibert, Shiden Tekle, Bel Matos da Costa e Kofi Asante. Eles se conheceram na Advocacy Academy, organização descrita como “programa de treinamento de ativismo para jovens.” “Nós basicamente queremos uma melhor representação dos negros na mídia”, comentou Liv Francis-Cornibert sobre projeto, que segundo ela existe para destacar a desigualdade de representação na mídia usando um formato satírico, em vez de uma recomendação literal de que as narrativas brancas sejam re-moldadas com atores negros.

“Não se trata de levar um show tipicamente branco e torná-lo negro. Trata-se de fazer um show negro. Ou um show do sudeste asiático. Qualquer pessoa de cor deve se sentir representada com precisão na mídia. É por isso que acho que o filme “Pantera Negra” é tão bom”, disse em entrevista a um site americano.

O sucesso do filme “Pantera Negra” é indiscutível. Além das críticas positivas, o longa conquistou a marca de quinta maior bilheteria de estreia da história dos EUA, representando um marco no gênero de filmes de super-heróis. Entretanto, o mérito do filme não se resume apenas aos seus números de bilheteria: “Pantera Negra” representa um grande avanço na questão da representatividade negra nas telas de cinema.

+ sobre o tema

Inglês não poderá frequentar estádios durante 3 anos por racismo

Um torcedor inglês foi condenado nesta quarta-feira a...

Tarcízio Silva: “O racismo algorítmico é uma espécie de atualização do racismo estrutural”

Racismo algorítmico é “uma espécie de atualização do racismo...

Senado discute aprovação da lei de cotas em universidades

  O próximo ano pode ser decisivo para o...

Jovem é presa por racismo contra policial; amiga também foi presa por ser foragida

  Duas mulheres foram presas pela Polícia Militar de Três...

para lembrar

A conversa de Snowden com ativista contra a discriminação racial

Edward Snowden declarou recentemente estar disponível para cumprir pena...

Para o Barco não afundar

O Candomblé tem sua origem na família, uma religião...

Coordenadoria Racial afirma que cota para negros e índios beneficia população

De acordo com a lei, a reserva mínima será...
spot_imgspot_img

X se assemelha a cidade sem lei

Faz poucos dias, o IBGE apresentou ao país as projeções atualizadas da população. Território inteiro, grandes regiões, todas as 27 unidades da Federação, 100% dos 5.570...

‘Gay não opina aqui’: estudante de 14 anos denuncia que sofreu injúria racial e homofobia de colegas de escola na Zona Sul do Rio

Um estudante de 14 anos foi alvo de injúria racial e homofobia por parte de colegas de turma do Colégio pH, no campus de...

Abordagens por reconhecimento facial têm 10% de falsos positivos, diz PM na Alerj

As abordagens conduzidas pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) com o uso do sistema de reconhecimento por biometria facial tiveram uma taxa de falsos...
-+=