Bacelar cobra políticas públicas para conter matança de jovens negros

Por: Wal Cordeiro

O deputado estadual João Carlos Bacelar (PTN) cobrou hoje a ação do Estado para conter a matança – que considerou um verdadeiro genocídio – contra jovens negros pobres, moradores das periferias que ocorrem na Bahia.

Segundo Bacelar, são cerca de mil assassinatos nos primeiros quatro meses de 2010, quase quatro mil no ano passado e 14 mil mortes violentas desde que o governo Jaques Wagner tomou posse.
“Em outras partes do mundo, como a região conflagrada do deserto de Darfur, no Sudão, onde árabes pastoralistas enfrentam agricultores negros, a ONU registrou três mil mortes violentas em 2009, vítimas de uma guerra que levou o presidente do país, Omar Al Bashir a ser indiciado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio”.

 

“Na Bahia, temos uma média de quatro mil assassinatos por ano e a assombrosa cifra de 14 mil assassinatos nos três anos e quatro meses do governo Jaques Wagner e nada acontece para reverter esse números. Só no último final de semana foram 12 assassinatos de jovens de idades variando dos 17 aos 29 anos, todos negros e moradores de áreas periféricas”, protestou Bacelar.

 

Segundo o deputado, são vítimas que vão engordar as estatísticas do Mapa da Violência 2010 – Anatomia dos Homicídios no Brasil, do Instituto Sangari, que revela de 92% dos homicídios são de homens, a maioria – cerca de 40% das mortes – são de jovens com idades variando entre 15 e 24 anos, negros, pobres e de baixo índice educacional.

 

“Morrem proporcionalmente duas vezes mais negros do que brancos. Enquanto não houver uma solução para os problemas do jovem, não haverá solução para o problema da violência. E uma dessas soluções passaria pela educação”.

 

“Estão matando os nossos jovens e o governo, ineficiente na área de Segurança Pública, nada faz sequer para minimizar os efeitos da violência, quanto mais na preservação dos jovens. Não há programa eficiente de educação, de lazer, de formação e qualificação profissional do jovem sobretudo carente, não há emprego, não há respeito”.

 

“Não há o que o jovem fazer nas periferias abandonadas pelos poderes públicos, daí o envolvimento deste com as drogas, o aumento da violência, da falta de políticas de reparação, da falta de oportunidades”, encerrou Bacelar.

Fonte: Walcordeiro

+ sobre o tema

para lembrar

APAN participa de audiência pública para debater futuro das políticas afirmativas no audiovisual

No próximo dia 3 de setembro, quarta-feira, a Associação...

Condenação da Volks por trabalho escravo é histórica, diz procurador

A condenação da multinacional do setor automobilístico Volkswagen por...

Desigualdade de renda e taxa de desocupação caem no Brasil, diz relatório

A desigualdade de renda sofreu uma queda no Brasil...

Relator da ONU critica Brasil por devolver doméstica escravizada ao patrão

O relator especial da ONU para formas contemporâneas de...

ECA Digital

O que parecia impossível aconteceu. Nesta semana, a polarização visceral cedeu e os deputados federais deram uma pausa na defesa de seus próprios interesses...

ActionAid pauta racismo ambiental, educação e gênero na Rio Climate Action Week

A ActionAid, organização global que atua para a promoção da justiça social, racial, de gênero e climática em mais de 70 países, participará da Rio...

De cada 10 residências no país, 3 não têm esgoto ligado à rede geral

Dos cerca de 77 milhões de domicílios que o Brasil tinha em 2024, 29,5% não tinham ligação com rede geral de esgoto. Isso representa...