Barry Jenkins, diretor de ‘Moonlight’ lança 3º filme seguido sobre questões raciais

‘If Beale Street Could Talk’ é uma adaptação do romance homônimo de Baldwin sobre um casal que enfrenta o racismo no Harlem (NY), no início dos anos 1970

no Notícia ao Minuto

Richard Shotwell:Inivsion:AP

Beale Street é o nome da rua de Nova Orleans em que nasceu o jazz e em que nasceu o pai do escritor James Baldwin, a voz literária do movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Na obra do autor, a via ganha status de epítome da identidade afro-americana.

“Há uma Beale Street em cada cidade da América”, disse o cineasta Barry Jenkins, vencedor do Oscar por “Moonlight”, antes de apresentar seu novo longa em Toronto, aplaudidíssimo por uma plateia em grande parte negra que lotou o teatro Princess of Wales.

“If Beale Street Could Talk” (se a rua Beale pudesse falar) é uma adaptação do romance homônimo de Baldwin sobre um casal que enfrenta o racismo na região do Harlem, em Nova York, no início dos anos 1970.

O novo filme completa com “Moonlight” e “Remédio para a Melancolia” uma espécie de tríptico racial na obra de Jenkins, atento à sub-representação negra na tela.

À aridez da vida nos guetos de Miami do oscarizado filme anterior ele substitui pelos tons coloridos do início do romance entre a virginal Tish (Kiki Layne) e seu amigo de infância agora crescido Fonny (Stephan James), imersos nos códigos que regem a vida afro-americana daquele lugar e daquela época.

A edição não cronológica logo entrega que o amor do jovem casal vai enfrentar um péssimo agouro. “Espero que ninguém tenha de olhar para seu amado através de um vidro”, diz a narração de Tish. É que Fonny foi preso, acusado de estuprar uma mulher na rua, ao que tudo indica por influência de um policial racista.

E é por meio do vidro que separa os encarcerados de seus parentes que ela vai comunicar ao parceiro que está grávida. Pobre, negra, com o pai de seu filho na cadeia, ela precisa provar a inocência de Fonny em cenas que são intercaladas com as do passado, quando ambos ainda caminhavam juntos pelo Harlem.

Apesar de acompanhar uma empreitada nobre, como a de Tish, “If Beale Street Could Talk” não envereda pelo território manjado do filme de redenção. Mais do que isso, é um retrato da permanência das injustiças e de como elas se impõem com uma força muito superior à dignidade das lutas individuais. Com informações da Folhapress.

+ sobre o tema

Lendário saxofonista Clarence Clemons morre de complicações de um AVC

O lendário saxofonista Clarence Clemons, apelidado pelos fãs de...

Diogo Nogueira vira polêmica no Miss Brasil com penteado estilo Neymar

O Miss Brasil elegeu neste sábado (23) a gaúcha...

Veja a barriga! Beyoncé está grávida do primeiro filho

Beyoncé está grávida e é a mais nova futura...

Taís Araujo – Estou ‘feliz e realizada’ e quero outro filho logo

Taís Araújo anda sumida desde que deu à luz...

para lembrar

Isto É um Negro? impacta FIT Rio Preto e é a peça do ano

O que é ser negro na sociedade brasileira? Esta...

Lá vem o Raio! Usain Bolt faz sua estreia como jogador de futebol na Austrália

Ainda sem contrato, tricampeão olímpico aprova experiência: "Foi o...

Vida e arte de Basquiat vão se transformar em um musical na Broadway

Apesar de muita gente torcer o nariz para musicais,...

“Dia representativo e de reflexão”, diz Tais Araújo sobre Consciência Negra

Uma das principais artistas negras do país, atriz promove...
spot_imgspot_img

“Ó Paí, Ó 2” segue em primeiro lugar nos complexos de Salvador e alcança um público de 120 mil pessoas em todo o país

"Ó Paí, Ó 2" estreou em todo o país no dia 23 de novembro e segue, por dois finais de semanas consecutivos, sendo a maior...

Profissionais negros reinventam suas carreiras na TV e avaliam a importância da discussão racial

No Dia da Consciência Negra, o gshow conversou com artistas que compartilham a jornada que é ser um profissional preto na teledramaturgia. Entre eles, atores, atrizes e...

Ó, Paí Ó 2 avança em 15 anos os temas que atravessam a população negra brasileira

“Tenho sempre um frisson quando eu encontro as atrizes e os atores do Bando de Teatro Olodum, porque são de verdade meus primeiros ídolos....
-+=