Brincar é um ato revolucionário!

A Ciranda Paulo Freire, realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, alinha pedagogia com amor e carinho para levar aos sem-terrinhas o sentimento de ‘pertença’ pela terra

Corda, bolinha de sabão, lanchinho e muito amor: esta é a definição da Ciranda do MST, que é conduzida com muito carinho pelo setor de Educação do Movimento.

Elis Carvalho, da coordenação da Ciranda, a considera uma das tarefas mais importantes do Movimento, e conta como ela começou:  “As Cirandas infantis do MST são um espaço pedagógico e político que a gente forjou no sentido de garantir a participação dos pais e das crianças nas atividades no Movimento. As crianças sem terra sempre estiveram presentes desde o nascimento do movimento, desde o início da luta pela terra, então a gente teve que construir este espaço e pensar qual o lugar da infância no MST. Da experiência cubana com crianças, dos círculos infantis, nós trouxemos a ideia para a nossa realidade do MST.”

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Foto: Agatha Azevedo / Jornalistas Livres e Mídia NINJA

“Do primeiro seminário da infância do MST, realizado em 2007, surgiu a discussão do papel da infância no trabalho pela reforma agrária. Desde então, se investe cada vez mais a formação dos educadores. “A gente não pode conceber uma ciranda infantil sem pensar na formação dos educadores, no processo político-pedagógico, então a gente conseguiu fazer em 2007 uma grande formação com mais de 30 educadores pensando na ciranda infantil.”

Para ela, a importância está no tato e no tratamento com as crianças e com a formação dos cirandeiros.  Sobre a formação, ela explica: “a gente começa a trabalhar com os educadores a partir dos 15 anos, porque menos que isso eles estão no processo de saída do sem terrinha.”

E com amor, as educadoras e os educadores do MST seguem desenvolvendo a formação dos jovens membros do Movimento: “Não é um trabalho só de cuidar da criança, é um trabalho pedagógico e lúdico em que você contribui para o processo de desenvolvimento político, físico e psíquico da criança.”

Foto: Agatha Azevedo / Jornalistas Livres e Mídia NINJA

Todas as cirandas nacionais do movimento homenageiam Paulo Freire, grande educador que inspira as ações da educação sem-terrinha. “É importante a gente garantir que as crianças tenham este espaço para o brincar, desenvolver as diversas dimensões das linguagens artísticas e culturais. É um lugar que as crianças gostam muito de vir.”

Foto: Agatha Azevedo / Jornalistas Livres e Mídia NINJA

Foto: Agatha Azevedo / Jornalistas Livres e Mídia NINJA

E gostam tanto, que a Ciranda teve até que ampliar a idade limite, de 6 para 12 anos. “As crianças gostam tanto e são tão rebeldes no sentido de lutar pelo que elas querem que hoje nós temos dois espaços, um para os pequenos e outro para as crianças maiores, que já não estão mais na fase da educação infantil”

Foto: Agatha Azevedo / Jornalistas Livres e Mídia NINJA

Orgulhosa do trabalho que faz, Elis, que já foi Diretora Nacional do MST e agora retorna à Ciranda, ressalta que o amor pela terra começa desde a infância.  “Nós queremos que estejam presentes as músicas infantis, as cantigas de roda, a ideia do se olhar, do círculo, as brincadeiras de criança, mas também de pensar um espaço com um objetivo. Trabalhar a identidade sem terra, a pertença das crianças ao movimento e criar um espaço lúdico, para que as crianças possam estar presentes e que seja um espaço prazeroso.”

Nossa força, a nossa identidade, a nossa luta precisam de continuidade. A gente não pode perder de forma alguma de vista a formação das nossas crianças. Ainda que seja de forma lúdica, a gente precisa trabalhar o que é a nossa identidade e o que é o MST.”

Elis é uma inspiração como mulher e militante dentro do movimento, e se dedica ao papel de educar desde bem jovem. Hoje aos 38 anos, ela é da coordenação da Ciranda e parte orgânica do MST.

Foto: Leandro Taques/ Jornalistas Livres

 

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