Cais do Valongo busca reconhecimento da Unesco

Dossiê do patrimônio internacional começa a ser elaborado amanhã

POR SIMONE CANDIDA

 

RIO – Já declarado patrimônio carioca e nacional, o Cais do Valongo, na Zona Portuária, está prestes a obter mais um reconhecimento. Nesta terça-feira, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a prefeitura começarão a elaborar o dossiê técnico para a candidatura do Cais do Valongo ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O primeiro passo ocorreu em janeiro, quando a proposta de candidatura foi aceita pela entidade. Revelado em 2011 durante as obras de revitalização da Zona Portuária, o Valongo tornou-se monumento emblemático da cultura negra no país. Lá desembarcaram mais de 500 mil negros escravizados, entre 1811 e 1843, vindos, em sua maioria, do Congo e de Angola.

O pedido de inclusão na lista da Unesco ocorre justamente no contexto das comemorações dos 450 anos de fundação da cidade do Rio de Janeiro e da década do afrodescendente, instituída pela Assembleia Geral da ONU.

A candidatura faz parte de um processo de valorização e reconhecimento das origens africanas da cidade. O trabalho será acompanhado pelo Comitê Consultivo da Candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio da Humanidade, composto por membros de associações sociais e comunitárias, pesquisadores e representantes das três esferas de governo. A posse e a primeira reunião do comitê será nesta terça-feira, às 16h, no Palácio Gustavo Capanema, no Centro.

O Valongo foi declarado patrimônio nacional em novembro passado. Na ocasião, a Unesco considerou o local parte da chamada “Rota do Escravo”, projeto lançado pela instituição em 2006 para destacar o patrimônio material e imaterial relacionado ao tráfico de escravos no mundo. Construído para ser ponto de desembarque e comércio de escravos, em 1843 ele foi transformado no Cais da Imperatriz para receber Teresa Cristina, que se casaria com dom Pedro II. Em 1911, ele foi aterrado e deu lugar à Praça do Commercio.

Foto: Paula Giolito

Fonte: O Globo 

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