Campanha mobiliza população contra racismo na rede pública de saúde

Com o slogan Racismo faz mal à Saúde. Denuncie!, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e o Ministério da Saúde lançaram, nesta terça-feira (25), uma campanha nacional para mobilizar os usuários e profissionais da rede pública de saúde contra a discriminação racial. Na solenidade de lançamento, a ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, destacou que a campanha demonstra o empenho do Estado brasileiro em combater esta prática no país.

Do: SDH

“O governo está cada vez mais imbuído da necessidade de ampliar as políticas públicas e a igualdade de oportunidades a todos os brasileiros e brasileiras, independentemente da raça, do local de nascimento e da condição econômica. Isto é uma questão central de fortalecimento da democracia”, afirmou. “Todos têm e precisam ter oportunidades e direitos iguais mesmo sendo absolutamente diferentes.”

A ministra lembrou a criação, no dia último dia 20, do Grupo de Trabalho Interministerial que deverá monitorar e mapear os crimes contra os direitos humanos em redes sociais, inclusive os casos de racismo. “Fizemos o lançamento do Grupo de Trabalho no Dia Nacional da Consciência Negra porque o racismo é um dos principais crimes de ódio colocados nas redes sociais. Vamos trabalhar muito atentamente para localizar a origem e quem dissemina essa prática dentro da lógica de que o crime virtual mata”, explicou.

Mobilização: A campanha foi motivada por relatos de discriminação e números que revelam a expressão do racismo no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo dados do Ministério da Saúde, uma mulher negra recebe menos tempo de atendimento médico do que uma mulher branca. Enquanto 46,2% das pacientes brancas tiveram acompanhamento no parto, apenas 27% das negras utilizaram esse direito. Além disso, as taxas de mortalidade materna e infantil na população negra são muito acima das registradas entres as mulheres e crianças brancas.

Na avaliação do ministro da Saúde, Arthur Chioro, os números evidenciam o “racismo institucional” no âmbito do SUS. “Esses dados mostram que a discriminação e o preconceito produzem mais doença, morte e sofrimento. É uma dimensão de que ainda não temos um país igual”, concluiu.

Por meio do Disque Saúde 136 as pessoas poderão denunciar qualquer situação de racismo que tenha presenciado ou obter informações sobre doenças mais comuns entre a população negra e que exigem um maior acompanhamento.

Os profissionais do Disque Saúde passaram por treinamento para identificar as denúncias caracterizadas como racismo, que serão direcionadas aos órgãos competentes.

+ sobre o tema

Redução da maioridade penal por causa de estupros? Balela

Esse povo não está nem aí para “mulheres estupradas”....

Divisão social, racial e de gênero confinou negra no mercado informal

Não há análise e política pública que possam avançar...

Em PE, política de saúde da população negra contribui para o combate ao racismo

Poucos municípios pernambucanos implementam a política atualmente; desmonte do...

para lembrar

“Não queria que fosse uma criança estúpida”, disse mãe de Bolsonaro

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ), recentemente, afirmou que...

Dilma sanciona leis que definem cibercrimes

A partir de agora, invadir ou adulterar computadores, criar...

Estudantes de Medicina dos EUA vão a Cuba para reforçar currículo

Alunos de medicina dos EUA passarão período em Cuba...

Estudos de delimitação de quatro territórios indígenas são aprovados

Estudos identificaram as Terras Sawré Muybu (PA), Ypoi/Triunfo (MS),...
spot_imgspot_img

Mais de 335 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil

O número de pessoas vivendo em situação de rua em todo o Brasil registradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal,...

Geledés participou do Fórum dos Países da América Latina e Caribe

A urgência da justiça racial como elemento central da Agenda 2030 e do Pacto para o Futuro, em um ano especialmente estratégico para a...

Na ONU, Anielle Franco diz que reparação pela escravidão é ‘inegociável’

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu na ONU, nesta segunda-feira, a ideia de uma reparação diante dos crimes contra a humanidade cometidos...
-+=